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A tecnologia a serviço do amor

7 abr 2018 - 09h00
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Lembro-me ainda, muito jovem, e já exercendo minha atividade de vidente, do número de mulheres que me procuravam – como ainda hoje – no auge do desespero do amor, porque o ser amado não aparecia, não telefonava na hora combinada, não cumpria os tratos.

Era um tempo em que a mulher vivia escravizada, petrificada sentada ao lado do telefone, que custava a tocar, teimava a não dar sinal de vida. As queixas eram frequentes: esperei o dia inteiro e ele não ligou.

Foto: SonerCdem / iStock

Era tempo dum romantismo apaixonado, retratado tão bem na letra de “Anos Dourados” do Jobim.  Eram amores de “fotonovela” – um tipo de revista exagerada que os meus leitores mais jovens, provavelmente, não chegaram a conhecer.

Era um tempo em que mulheres permaneciam como estátuas, paralisadas ao lado do telefone fixo, feito de uma laca profunda como o mistério da noite.

Com o passar dos anos, a tecnologia veio nos oferecer novos recursos de comunicação, que varreram para sempre do nosso cotidiano não apenas as fotonovelas e suas fórmulas de paixão, mas, também, os pesados telefones fixos. Um alívio para todos aqueles que esperavam receber a comunicação prometida que não vinha nunca.

Escapar da angústia de ver o telefone ocupado, sem saber se alguém ligou ou não (visto que os telefones não eram individuais), poder sair de casa com a segurança de que não vai perder qualquer contato, acaba despontando como uma benção e libertação em tantos casos de flerte amoroso.

Enfim a liberdade. Mas, como sempre, temos o outro lado da moeda. Os telefoninhos celulares que podem ser carregados pelo mundo afora também podem funcionar como espiões e delatores. Por onde se andou. Com quem se falou. E assim podem ser instrumento perigoso.

Exemplo que acompanhei. Para a entusiasmada cliente, que enfim ia fazer a viagem dos seus sonhos com o par amoroso, onde tudo deveria ser perfeito, eu avisei: “não fuça no celular dele”. Ela não me obedeceu. Procurou e achou, um recado apaixonado da rival. Nem preciso dizer o pesadelo que virou a viagem. Realmente esses telefoninhos são perigosos. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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Fonte: Marina Gold
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