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Acreditar em ideal romântico é um erro, diz vidente

10 fev 2014 - 08h56
(atualizado às 08h56)
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Foto: Getty Images

Todos gostaríamos de viver num mundo ideal. Muita gente faria questão que, nele, os amores fossem românticos, felizes e, sobretudo, eternos. Para elas os sentimentos mais justos, as promessas mais sensíveis, deveriam estar todas à disposição.

Como no mundo real, na luta cotidiana, os sentimentos não conseguem se conservar intocados e a pressa, as novidades, a liberalidade permitem que se troque de amor como podemos trocar de sapato, vive-se em busca de ideais bastante distantes, muitas vezes inatingíveis.

Ninguém se lembra de que a nossa passagem por aqui serve, antes, para reflexão, superação e cura de situações e mazelas anteriores, do que para vivenciar experiências que apresentam um caráter aparentemente positivo, mas que não o são, se esvaindo em sofrimento e dor.

É grande o sofrimento que pode acompanhar as perdas, os desamores, as angústias de posse e de separação — disso é preciso se afastar. Mostra real amadurecimento a pessoa que aprende a conviver altiva e sossegada com os desafetos que povoam toda e qualquer trajetória.

Somos tentados a, inconformados, não acreditar que outros passem por dificuldades afetivas como as que se abateram sobre nós. É equivocado, a repartição desse tipo de problema tende a ser bastante democrática e igualitária. Em geral os adultos todos se mostram insatisfeitos com o seu repertório amoroso.

Não ultrapassar os amores perdidos impede a procura e progressão rumo a novas e melhores situações que, sem dúvida, aparecem, com o correr do tempo. As ideias fixas, o estagnar-se, o não ultrapassar a espera infundada pelo retorno de alguém que nem sabe mais quem somos — isso tudo, infelizmente tão comum entre pessoas exageradamente românticas, concorre para nosso atraso, nossa fragilização, nosso embotamento espiritual.    

Prestemos atenção nisso. Habitar os castelinhos de cartas ou areias que construímos é, mesmo, deveras perigoso. Nosso desafio é progredir, colocar nossa subjetividade em movimento de subida, de melhora constante. Ideal é não acreditar muito em “mundo ideal”, é construir um espaço de paz, serenidade, equilíbrio, coisas verdadeiras que podem nos abrigar como sonhamos ser acolhidos no mais ideal dos mundos. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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