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Amar de menos: a incapacidade da paixão e o vazio afetivo

14 jan 2020 - 08h42
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Foto: iStock

Não culpo ninguém por amar demais, culpo por amar de menos. (Ah, é complicado, agrega Carma truncado, ruim). Em tantos e tantos anos de atendimentos, foram centenas de casos. Gente que se aproveita da paixão alheia, escraviza, tira vantagem, geralmente sem desconfiar que gera para si uma bela duma dívida espiritual.

Quando meu cliente ou minha cliente vem com carga de sofrimento amorosa, buscando curar a ferida, amenizar a dor, a tarefa é muito mais simples e fácil. A lágrima que rola faz a limpeza espiritual. A tristeza é uma das fortes alavancas para progresso da Alma.    

Agora, ao contrário (ainda que menos usual), quando o portador carrega uma história de predação amorosa, de valer-se da entrega alheia, de uso maldoso das armas da paixão e do romance, aí a coisa é bem mais complicada, bem mais trabalhosa – mais ou menos como quando um jogo de futebol, ao invés do gramado seco, é disputado em campo encharcado, a bola não rola solta.

O “amar de menos” demanda longa tarefa de resgate e conserto dos desastres, tratamento e cura de elevação das feridas, aconselhamento e acompanhamento da prece e mentalização edificante.

Assim, por estranho que pareça, além da superfície, pior do que estar fisgado pelo amor não correspondido, é estar fisgado pelo não ser capaz de corresponder a nenhum amor. A cura da paixonite aguda, no contexto da alma, é bastante mais tranquila e simples do que a cura da incapacidade da paixão, do vazio afetivo.

É caso para conscientizar da necessidade de retirada do espelho diante de si, de zerar o narcisismo que impede o entregar-se de verdade à correspondência emocional e do gostar. Quem ama de menos está atrelado a uma exagerada idealização de sua autoimagem, amedrontada e impeditiva de espontânea troca e compartilhamento.

Dificuldade maior? A questão é: para de sofrer, do ponto de vista da circunstância de Carma, é mais simples do que parar de ter interesse em fazer o outro sofrer. Sim, é bastante complicado explicar para alguém preso nessa arapuca que o mundo não gira ao redor dele.  

Taí tarefa interessante na medida do trabalhoso e desafiador: aprumar a espiritualidade perdida na desconexão para que ela aprenda o valor da conexão, cultivar no desapego um desejo de compromisso.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui .

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Fonte: Marina Gold
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