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Atenção ao futuro instável

20 fev 2020 - 09h00
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Ele agendou e veio para a consulta da última hora, já entrava a noite. Acomodou-se e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, iniciou o relato de suas peripécias amorosas: “Ah, já faz quinze anos que a gente se conhece. Nossa relação, verdadeiro romance de novela, durou doze. Porém, há três anos, estamos distantes. A escolha foi dela”.

(Imagem ilustrativa)
(Imagem ilustrativa)
Foto: Pixabay

Olhei bem, deixei a intuição emergir e vaticinei: “Acho difícil vocês voltarem. Não me parece caso de reatar. Afinal, são anos de separação e a vida vai mudando”. Ele se pôs entristecido. Arrisquei indagar: “Você tem notícias dela? Alguma informação atual?”

Ele, voltando a aprumar, me disse: “Uma ou outra, trazida por um amigo em comum. Sei que ela ainda não casou, mas teve dois namorados nesses últimos meses”. Na sequência meu cliente confidenciou: “Todas as vezes que busquei reaproximação, busquei retomar o caso, ela foi bastante educada, mas não me deixou nem sombra de esperança”.

Eu olhei fundo nos olhos dele e perguntei: “Mas, por que você continuou esperando? Por quê?” Ele explicou: “Ah, foi o seguinte: após a separação fiz um mapa astral e visitei um tarólogo. O que indicavam? Que nós voltaríamos”.

“Sei”, assenti, “mas, falaram de prazos? Até quando você deveria esperar?” Ele, sereno, revelou: “Não. Nada de prazos. Então me coloquei na expectativa e esses três anos passaram”.

Exemplos como esse tive aos montes no meu trabalho. Por isso mesmo, na minha atividade de vidência, não gosto de fazer afirmações categóricas – elas são perigosas na medida em que introjetam algo na mente do cliente, uma ideia-fixa.

O bom consultor esotérico deve, sendo criterioso, levar em conta as diversas possibilidades, aberturas, em que as circunstâncias podem se desenvolver. Apresentar um plano fechado ao consulente pode ser limitador.

Em princípio meu consulente não gostou do nosso contato porque eu afirmei que a namorada não reataria: “Olha, passou bastante tempo, ela não vai mais se relacionar contigo não!”

Dois anos se passaram. Semana passada ele me procura no celular: “Marina, preciso te dar razão. Não consegui, por mais que outro astrólogo dissesse ser possível, retomar a relação. Agora, as outras novidades vou te contar pessoalmente...”

Como sempre é bom lembrar: cuidado ao prever o futuro, porque o futuro é instável.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Veja também:

De Perto Ela Não é Normal Trailer:
Fonte: Marina Gold
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