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Dicas para esportistas: a importância de "crescer correndo"

10 out 2019 - 09h00
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Foto: Runner´s World

Antes, mais jovem, acreditava que a sabedoria vinha da palavra escrita e impressa, cápsulas da biblioteca, livros. Hoje, mais madura (velha, deveria confessar?), vou devagar entendendo, cada vez mais e melhor, o poder da experiência vivida, as lições compartilhadas ao vivo, com gente ao nosso redor, de carne e osso.

Dia desses, encontro com uma amiga. Ela, entrando na casa dos sessenta anos, gostando cada dia mais de correr. Tornou-se uma esportista – não aceita ser chamada de atleta: “Atleta só uma elite, os abençoados, exceções, semi-deuses. Eu apenas gosto, amo, sou amadora, não profissional”.

Da esportista ou da atleta, as medalhas, pencas, penduradas em ganchos próprios – 5 quilômetros, 7, 10, 15, 21, 42 (42! arregalo os olhos) – atestam dedicação, disciplina. Fico curiosa e indago: “Nesses anos todos de treinos diários, o que você aprendeu? Quero dizer – lapido maldosamente a questão, querendo colocá-la em posição de desafiada –, o que você aprendeu em termos de crescimento espiritual?”

Ela, sábia como sempre, sem titubear, divide comigo seu maravilhoso aprendizado: “Olha, Marina, querida, mesmo os mais experientes corredores são sempre acompanhados, passada por passada, pelo receio latente de não chegar ao final – é o que chamo de aflição da linha de chegada”.

Balancei a cabeça compreendendo e ela prosseguiu: “Das dificuldades de uma prova – cronômetro, altimetria, condições climáticas, estado fisiológico e biomecânico –, a mais complicada é a psicológica, que se sustenta na base espiritual”.

Respirou fundo, soltou um leve suspiro e atalhou: “O que aprendi? Você pergunta o que aprendi? Bem, aprendi que jamais se deve estabelecer uma competição insana com outro corredor. Providencial é manter sempre o próprio corpo como parâmetro, fingir que se está sozinho na rua ou na trilha”.

Olhou fundo nos meus olhos, que acompanhavam embevecidos e completou: “Acho que essa é a lição espiritual... O bom corredor é aquele que conhece perfeitamente a si mesmo, sem se preocupar com os outros. Por mais que deseje libertar-se de si não consegue. Ninguém alcança libertar-se de si e de seus destinos”.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Marina Gold
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