"É fundamental confiar na própria intuição", diz vidente
Viver não é coisa fácil. Não bastasse uma porção de conflitos que andam de lá pra cá em ziguezague, ainda precisamos, o tempo todo, tomar decisões. Não falo apenas de uma ou outra escolha na gôndola do supermercado – ainda que essas também estejam, cada dia, mais complicadas. Falo de coisas maiores, mais intensas, mais desafiadoras e, pior, problemas para os quais a linha de separação entre uma decisão boa e outra ruim é bastante tênue.
Repete-se à exaustão que nós, seres humanos, somos racionais: ponderados, lógicos, conscientes. Mas, de que vale essa premissa se a (imensa) maioria das coisas com as quais estamos envolvidos são confusas? O mundo real é simplesmente complexo demais, mais plural e diversificado do que as opções de cereais matinais à nossa disposição no comércio.
Num cenário cada vez mais repleto de coisas, de possibilidades de desdobramento, é complicado e desafiador tomar uma decisão, fazer uma escolha sabendo que representa muitas coisas em relação à nossa vida dali para frente. Em geral, tentamos analisar a questão, dissecar as possibilidades, elaborar estratégias. Porém, como você já sentiu inúmeras vezes na própria pele, caro leitor, raramente dispomos de informações refinadas acerca dos desafios que surgem diante de nós como os salteadores pulam das árvores nas perigosas estradas dos filmes de aventura.
A razão é impotente sem algumas pistas, algumas orientações. Todavia, mais costumeiramente, precisamos navegar no escuro, caminhar sem bússola ou referência. Procuramos, claro, sinais. Abrimos nosso entendimento, evidente, para qualquer indício. Mas, o que fazer quando eles não são encontráveis, não se apresentam?
Ao invés de se tornar errático, é nesse momento de desafio que precisamos abraçar um processo de tomada de decisão apoiado na nossa maturidade espiritual. Como gostaríamos que fosse diferente e menos difícil, mas, é usual precisar escolher vencendo a confusão. Como fazer? Buscar desenvolver um diálogo com a intuição, um senso apurado de escolha sem indicações racionais.
É fundamental aprender a dar ouvidos à nossa interioridade, confiar na própria intuição. Exige esforço, prática deliberada, exercício constante, segurança e maturidade espiritual. Em situações de vazio racional, deixe de buscar padrões, aceite a imprevisibilidade, aceite corajosamente o fluxo. Não tenha arrependimentos. Olhe para o que aconteceu e não se desgaste pensando nas coisas que poderiam ter acontecido.
Sei o quanto são difíceis essas decisões (mais cisões do que decisões!) que não podem ser avaliadas cuidadosamente, prudentemente. Nessas circunstâncias, é de força espiritual que se necessita. Temperança para compreender que você pode não ter sempre o que quer (como cantam os Stones em You Can't Always Get What You Want), mas, às vezes, não conseguir o que quer é justamente do que precisa.
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