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É preciso não desesperar com mudanças da vida, diz vidente

"Como marca de amadurecimento compete aceitar essas realidades quando se impõem nas nossas existências"

30 nov 2014 - 17h42
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Foto: Getty Images

Sempre é bom quando um de nós alcança aquele momento privilegiado em que aprende a destacar no mapa do céu, entre as constelações diversas, a Estrela Guia do equilíbrio harmônico dos opostos. Sua luz tépida, germinativa, arredondada e tranquilizadora será valoroso farol para as aventuras de viver.

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Ao longo da escrita do pergaminho de nossas vidas alternamos, tanto no mundo físico como no espiritual, as experiências de tensão geradas pelo conflito dos opostos, do nomadismo com o sedentarismo. Há fases de fluxo, deslocamento e transporte, outras de raízes, acomodamento e imobilismo.

São tropismos opostos, marcantes no contraste entre polos do que vivenciamos. Entre o austral e o setentrional, o nascente e o poente, a mortalidade e a eternidade, balançam energias e mistérios, impulsos e revelações de nossos destinos.

São forças cósmicas que animam nossa existência terrena e esotérica, alternando desejo de enraizamento com vontade de partir, os prazeres do local com a necessidade de trocar de paisagens.

O coração balança entre esses dois princípios, arquétipos estruturantes de cada momento da vida. Dois modos de ser que figuram duas mitologias diferentes: a do pastor e a do camponês, duas realidades diametrais girando conflitantemente a roda da fortuna, marcando com agitação ou serenidade etapas do nosso viver.

Os pastores espalhando-se ao longo de vastas extensões, peregrinos. Os camponeses instalando sólido aprovisionamento, construtores. Diferentes experiências, diferentes ritmos, diferentes interesses, diferentes metafísicas, diferentes relações com as coisas, os homens e os sentidos.     

Como marca de amadurecimento compete aceitar essas realidades quando se impõem nas nossas existências. Como as casas alternadas no tabuleiro de xadrez, também passamos da mudança para o gregário, da individualidade solitária para o comunitário cooperativo, da liberdade independente para a fixidez coletiva, do errante e improvisado para o regrado e social.

Muitas vezes o capricho dessa alternância nos atira em situação que não queríamos. A postura correta é não desgostar, não desesperar, não enfurecer. O espírito evoluído aceita e busca aprender ainda mais com a lição, fortalecendo para quando pular novamente para outra casa do tabuleiro.

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Fonte: Marina Gold
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