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É preciso separar ambição de ganância, diz vidente; entenda

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A relação com o dinheiro às vezes pode ser amedrontadora
Foto: Getty Images

Ela estava atormentada, perseguida por uma única ideia recorrente, queria porque queria ganhar dinheiro. Tentei explicar que a linha de separação entre a ambição (que move produtivamente as pessoas e o mundo) e a ganância (um assombro que temos o dever de evitar) é tênue e, segundo meu julgamento, ela havia infelizmente ultrapassado. Ela não entendia.

Sua meta estava fixada: enriquecer, ganhar bem mais do que já ganhava, bastante mais, exageradamente mais. Tentei explicar que ela já tinha os tesouros em casa, bem guardado. As duas crianças, mais valiosas do que qualquer coisa, de empalidecer os diamantes, desbotar o ouro. Ela não entendia.

Indiquei que a tarefa da vida é bem mais ampla, repleta de ramificações e oportunidades para que arranquemos a alegria e a felicidade dos seus esconderijos. Argumentei que essa loucura de sempre buscar mais e mais podia colocá-la em risco e fazer com que ela perdesse sua satisfação vital. Ela não entendia.

Começando a me sentir cansada, após quarenta minutos de esforço desperdiçado, ainda na estaca zero, usei a última cartada. Indaguei se ela não avaliava o vazio de sua ânsia, se ela não compreendia que o prazer não pode ser conseguido através de posses materiais e sim pelo conhecimento de que são prescindíveis. Ela não entendia.

Todas as minhas orientações eram veementemente negadas. Ela não concordava com nada e queria uma fórmula mágica – estilo ganhar na loteria – para resolver (pelo menos era assim que expunha sua crença embebida de ingenuidade) seus problemas, todos eles de um golpe só. Tive pena. Sua relação com o dinheiro era amedrontadora, precária e exageradamente esforçada. A imagem desesperadora que dela minha intuição montou era de uma moça jovem, desesperada, nadando contra a correnteza, perseguindo metas errôneas ou ilusórias.

Nosso tempo estava se esgotando. Passei do aconselhamento (frustrante e inútil como poucas vezes enfrentei) para o trabalho nas esferas de sabedoria mística. Concentrei esforços para que os mentores da minha querida cliente a fizessem entender, como eu não conseguia, percorrendo outros caminhos que eu não tenho capacidade ou permissão para trilhar, que a vida, em si mesma, é a mais preciosa e definitiva das dádivas.

Há muito tempo guardo o nome dela na minha gavetinha e seu caso no meu coração. Peço sempre para que o caminho dela se ilumine, para que ela descubra todos os bens que possui e que está deixando de desfrutar só porque se fixou em sonhos perigosamente ardilosos. Ela não é tola, com o crescimento espiritual que a espera nos anos vindouros vai ver quem a aprisionou e saberá recuperar o tempo perdido.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Marina Gold
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