Evite desilusões sabendo valorizar as próprias escolhas
A tinta da caneta, segundo após segundo, escorre escrevendo a história sem direito à revisão ou passagem a limpo
Se você estabeleceu uma meta para ser alcançada, então eis o que deve fazer: agir no sentido de alcançá-la – concentrado! Focado! Mas, atenção, compreenda para valer que apenas se pode agir num determinado contexto, diante de dadas circunstâncias.
A cada instante da vida prática o contexto e as circunstâncias vão pesando acasos e necessidades. A tinta da caneta, segundo após segundo, escorre escrevendo a história sem direito à revisão ou passagem a limpo.
Assim, o número de experiências que nunca se viverá – por nenhum motivo, graças aos milhares de giros e voltas que a sua vida deu até agora (e não vai deixar de dar) – é muito mais vasto do que as vividas.
Justamente por essa razão é bastante comum nos depararmos com dilemas, arrependimentos, angústias e outras emoções tóxicas: uma vez apenas não basta. Contudo, paciência, na dimensão dessa nossa vida de ajuste do carma, nada se repete.
Havia formas de se resolver um problema. Porém, resolvido o problema, agora que um acontecimento, uma escolha, abriu caminho, todas as outras possibilidades esmoreceram, ficaram indisponíveis. As cartas foram distribuídas, mãos diferentes tornaram-se pura virtualidade. As demais opções não são (realmente) mais opções.
Você concorda com a lógica descrita acima? Concorda que não é das mais amigáveis? Eu também, e, admito, é preciso tranquilidade para aceitá-la. Uma flecha voando sempre para frente, impossível deter ou desviar, assim são as coisas, os bordados do destino.
Chego ao meu questionamento: por que sofrer então? O “se”, a condicionalidade, deixou de ser viável já na primeira escolha. Tudo aquilo que não se viveu é também o que não se viverá jamais, nunca mais. Melhor entender, sem exasperações.
Quanta surpresa e desilusão se evitaria com essa simples sabedoria. O caminho trilhado não pode ser repassado. Diante disso, duas obrigatoriedades.
A primeira: valorizar com dobrada atenção as próximas escolhas. Aceitando a parcela sempre presente do carma, buscar a virtude de tentar optar (na medida do possível) pelo melhor trajeto.
A segunda: entender que somente conseguiremos compreender e desfrutar das totalidades num outro plano da espiritualização – nele, elevado, as contas fecham numa aritmética diferente, retificando todas as coisas. A inteligibilidade que nos falta aqui, será revelada depois, sem restrições.
Buscando equilíbrio, não devemos seguir como naus derivadas. É preciso avaliar as dadas circunstâncias (às quais me referi nos primeiros dois parágrafos) e fazer delas, com elas e nelas o melhor – é tarefa maior, deve ser encarada com criatividade e imaginação.
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