Fazer as pazes com as finanças alimenta o espírito, diz vidente
As pessoas mais maduras (como eu!) se assustam ao ver o papel desproporcional que o dinheiro ocupou de algum tempo para cá. Antes ele complementava a vida, hoje ele é a razão da vida. Colocamos no centro de tudo sua razão ilusória e problemática.
As peças correndo pelo tabuleiro, o jogo ganhando feições perigosas. O inimigo é ardiloso, maquiavélico, trama armadilhas cruéis. Quer que aceitemos o dinheiro como um deus, razão acima de todas, fonte de transcendência. Interesses espúrios encapuzam a centelha sagrada que cada um de nós é portador e guardião.
Para escapar desse caminho perigoso, além de amadurecimento esotérico e confiança nos dons espirituais que trouxeram a humanidade até esse patamar de elevado progresso – que ainda precisa ser aprimorado, e muito –, devemos justamente aprender a gastar mais.
Não me refiro a gastar mais dinheiro, alimentando o apetite insaciável do Pantagruel que nos ameaça; falo de gastar mais as coisas. A sola do sapato pode ser reposta, dentro da geladeira velha também faz frio, as TVs exibem as mesmíssimas imagens por toda parte, sejam antigas ou, planas, plasmas, de última geração.
Gosto demais de uma cena do filme A Rainha (direção de Stephen Frears). Elizabeth e seu filho, o Príncipe Charles, saem para um passeio no campo. Serão transportados em um Jipe velho e sólido, bem conservado. Charles indaga. “Não deveríamos comprar algo novo, mais vistoso?” A mãe, de pronto, rebate. “Por que? Esse não está funcionando perfeitamente?”. E olha que se trata de uma das pessoas mais ricas do mundo, com uma enorme fortuna de mais de três bilhões de dólares.
Estou com a 'Coroa' da Inglaterra. Vamos cultivar o hábito de usar as coisas ao máximo. Manter em mente que todo desperdício evitado acaba revertendo para plenificar a qualidade de vida. O segredo é não aquecer o plástico do cartão de crédito inutilmente: enxugar, controlar, focar bem os gastos para poder viver mais equilibradamente.
Da próxima vez que sentir comichão por comprar algo – no supermercado, no shopping, na loja da esquina, onde quer que esteja –, livre-se da tirania do impulso. Faça três perguntas bem simples: preciso? Posso? Devo? Resolva suas encrencas com as finanças assim, sendo consciente, não ultrapassando limites.
Logo você experimentará a seguinte situação, prova definitiva de autonomia: algo fortemente apelativo que não foi adquirido acaba não fazendo qualquer falta, nem no dia seguinte, nem na semana, nem no mês, nem nunca.
A tranquilidade conquistada com a organização das finanças e do orçamento reverte para o bem do espírito, recompensa segura para tua saúde e alegria de viver.
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