Fé é capaz de filtrar as intenções e combater o mal, diz vidente
É conhecida a história do sujeito que queria apanhar um coelho. Quanto mais ele corria, mais corria o coelho – e se distanciava. Cansado, ao parar, notou surpreso que o coelho também parava. O desfecho deixo aberto para a escolha do leitor. Ficam ambos numa perseguição sem fim ou, melhor ainda, depois de respirar um pouco o coelho olha ao redor e, saltitando, segue justamente para o colo daquele que tanto empenho e energia tinha investido inutilmente na sua captura.
O mesmo se passa com a fé. Tentar explicá-la é inútil. Mais tentamos, mais ela se afasta de nós. Isso não significa que não possamos, ao parar, compreendê-la à perfeição. Por que será que a definição de fé acaba sendo tão complicada? Talvez porque ela seja um sentido que se localiza no interior do ser.
Muitos dizem que é possível alcançar a condição de crente, pressupondo que seja um dado que possa ser colhido, “pela dor ou pelo amor”, na realidade exterior. Não. O problema da fé não é questão de escolha, é algo bem maior, questão de merecimento, evolução cármica, dádiva.
A fé, ao contrário do que o senso comum preconiza, não deve ser o desfecho definitivo que nos permite sair das dúvidas, mas o estímulo que, sem desviar delas, impulsiona para que vivamos com inteligência e dignidade num cenário de falta de certezas absolutas. A fé faz com que o homem não passe apenas e simplesmente pela vida. Faz com que ele possa dirigir a vida, dando fundamento para a imagem que temos de nós mesmos e do nosso lugar específico entre os demais seres.
O homem não pode ser compreendido a partir de si mesmo. Sem fé, ele acaba derivando para o lado dos animais; com ela, deriva para o lado de Deus. Que diferença isso faz! Na medida em que somos seres da ação, é bom saber se agimos apenas para satisfazer um instinto ou para levar a cabo um projeto maior, que transcende o puramente animal.
A fé nos leva para além das urgências e das carências, quebra nossa “programação”, eleva-nos para outra realidade em que somos orgulhosos não do nosso ser biológico e orgânico, mas do nosso ser humano.
Perguntemos sobre a diferença fundamental entre nós e os outros animais. Enfrentamos igualmente o meio ambiente natural – temos sede, fome, frio... Todavia, para nossas almas individuais (aproveito para notar: os animais compartilham almas coletivas) a evolução espiritual possibilita traços mais ou menos desenvolvidos de fé, instrumento para nos reorientar e determinar melhor as escolhas de vida.
A fé nos liberta da nossa condição básica de animalismo. Permite que possamos viver um plano de vida esotericamente elevado, vida simbólica para além da instintiva. A fé é conhecimento que nos auxilia a agir melhor, filtra nossas intenções, combate o mal e o pior.
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