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Não há mais mundo

24 abr 2020 - 09h00
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“Não há mais mundo”. Arrepiei-me inteira ao ouvir a jornalista na televisão fazendo tal afirmação. Ela tinha suas razões, era um comentário sensato frente às dificuldades que o planeta todo enfrenta, tempos difíceis que estamos passando.

Até aqui – e é mesmo nossa marca de autopreservação – nos julgávamos intocáveis. Além de migalhas simples de medos individuais – doença, perda, separação –, coisas pequenas, cotidianas, pessoais , dificilmente nos preocupamos com eventos realmente grandes em perigo e proporções.

A guerra, uma catástrofe atômica, os apocalipses da natureza, movem alguma consciência, mas não localizávamos bem no radar um pequeno vírus. Até agora, ainda, nos parece estranho o problema e estardalhaço que algo diminuto e desprezível acabou por causar: caudaloso e destruidor, atacando de repente, invisível, nos igualando a todos.

Sem fronteiras (o “mundo” ao qual a jornalista se referia), essa minúscula máquina de replicar e espalhar a morte, vai avançando sem que nada consiga detê-la, sem que se possa desmontar seu sistemas e mecanismos traiçoeiros.

Parece-me que o Homem, por toda parte, em cada cantinho do globo terrestre, subitamente, sem preparo prévio, está sendo forçado a aprender (da pior maneira possível!) o que é solidariedade.

(Imagem ilustrativa)
(Imagem ilustrativa)
Foto: iStock

Mesmo sendo impactante a lição, infelizmente, ainda há muito para amadurecer. Constato tal compreensão ao saber de prateleiras vazias em supermercados do mundo todo, assaltadas por indivíduos egoístas, tementes, sôfregos em seus mais primários instintos de sobrevivência.

Que pena tanta gente metida num regime de “Salve-se quem puder”. Precisamos tranquilizar o medo e pensar nos demais, entender as necessidades deles, compartilhando em comunidade.

É agora ou nunca que o Ser Humano vai ter a possibilidade de olhar todos em seu entorno como verdadeiros irmãos, sem distinção. Dura lição que o Universo impõe, obrigando-nos a vencer preconceitos enraizados, a olhar para a coletividade exatamente como possibilidade de sobrevivência do individual, de cada indivíduo.

O que parece estar ganhando forma? A possibilidade de vencer as divisões falsamente criadas por nós. É hora de repensar o modelo, abrir nossa consciência para a aceitação inclusiva de todos. Negando nossa igualdade, cresce a perigosa opção de perecermos.

Hoje, mais do que nunca, o apelo da solidariedade é radicalmente importante, caso de vida ou morte.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Marina Gold
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