O teimoso pode acordar para a realidade em "queda livre", diz vidente
Já reparou como somos teimosamente teimosos? Teimamos que teimamos até o limite, até o fundo, até os ossos, até a medula. Evitar tal erro faz bem para o espírito e colabora para nossa felicidade. Curiosamente quase todo mundo sabe disso, mas, mesmo assim, costuma cair nessa armadilha. Perde horas e horas no flagelo masoquista de esmurrar a ponta da faca, desperdício de energia preciosa.
A questão é séria. Das coisas que prejudicam a jornada de evolução do Homem, uma das mais pesadas é ele acreditar que tem todo o poder decisório sobre suas escolhas e se manter irredutivelmente ligado a elas, ultrapassando os limites da sensatez, chegando a situações de extremo exagero em assuntos de família ou amor, profissionais ou pessoais, financeiros ou de saúde.
A soberba, a arrogância, a fraqueza de admitir uma fragilidade qualquer, o despreparo para encarar nossa natureza falível, pode nos impor tombos homéricos: gente se esborrachando em desespero amargo, trombando no engano sofrido, estatelando em erros grosseiros.
Um tiquinho de consciência e modéstia seria suficiente para indicar ao desvalido, agora rapado até o último tostão, que a combinação de cartas que ele segurava não era assim imbatível; aliás era, na fria análise probabilística, bastante fraquinha. Sua jogada, como comprova inconsolável agora, não era genial, audaz, sagaz. Sua reles condição pedia maior serenidade, reflexão, autocontrole.
Seduzido pela teimosia e suas perversidades, ele acorda para a realidade em plena queda livre, berrando e agitando os braços. Inútil ponderar melhor agora. O baque será seco e dolorido, trágico.
Quando se trata de sentimentos e ligações afetivas, parece que a teimosia se esmera ainda mais em suas artes pérfidas. Revira nossa estrutura pessoal, promove fracasso, semeia decepção, insiste em brincar irresponsavelmente com coisas delicadas: risco, fogo, dinamite.
Acompanhei atônita inúmeros um caso desses, de clientes teimosos. Um deles garantia – certeza absoluta! – que a mulher que ele perseguia há tempos (e o evitava explicitamente) seria sua no futuro. Ela, elegante e polida, casada – e bem casada –, escapava de todo jeito, deixando claro seu “nunca, jamais”. Longos anos foram passando, dois, três, sete, outro e mais um. Que sofrimento. Tanta teimosia bem que poderia – e como avisei – ser destinada a melhores projetos.
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