Prece do Viajante
Para tanta gente, também para mim, o WhattsApp (no Brasil, em geral, carinhosamente, apenas o Záp) virou o canal de comunicação privilegiado. Ali tenho oportunidade de abrir diálogo com meus queridos leitores, entabular troca de visões de mundo, discussões acerca de assuntos de interesse partilhado, receber críticas e sugestões.
Além disso, funciona como termômetro. Medida de gostos, indicativo do que é mais ou menos pertinente, do que fisgou fundo o coração e a mente dos que me acompanham. Nessa toada notei que o esoterismo prático – simpatias, orações, modos de proceder – recebem uma acolhida calorosa, trazem inspiração e alegria para bastante gente.
Não abuso muito desses temas porque sei que tais indicações, ao serem generalizadas, se enfraquecem um pouco. Elas funcionam melhor em esquema “feito sob medida”, individualizadas, customizadas, adequadas à determinada pessoa em determinada circunstância. Mesmo sabendo disso não posso escapar da sedução que representam, do encanto de manipular no mundo concreto certos vínculos com as energias, fazer do material caminho de contato com a transcendência.
Feita essa ressalva fico mais tranquila ao dividir com vocês uma bonita oração, cheia de sensibilidade, força poética e espírito magicista. Trata-se de um pedido de proteção bastante antigo. Foi muito comum e ainda se encontra, com alguma frequência, nas paredes dos caravançarais, os alojamentos bem simples empregados para pernoite de cameleiros que atravessam o grande deserto do Saara.
Você pode anotar essa prece para os peregrinos e levar na carteira ou na bolsa, instrumento de defesa diante dos perigos. Ela diz:
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Meus protetores, sob o sol ou as estrelas, protejam-me nessa viagem. Acredito que possam, nos momentos de perigo, revogar as desordens, limpar os infortúnios, cobrir as fragilidades, amparar os gritos, desmantelar as mentiras, aliviar os medos, abrandar as desgraças, renovar as lealdades. Não deixem as bússolas desviarem. Apaguem com um só traço a tristeza, a infâmia, o erro e a miséria. Guiem-me pelo caos das rotas escondidas, das localizações desconhecidas. Acolham a súplica desse caminhante em perigo, humilde servo que curvado agradece.
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