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Qual a data certa para comemorar o Dia de São Cosme e Damião? Entenda a história

A celebração - conhecida por acompanhar a distribuição de doces para crianças - pode acontecer hoje (26), pelo calendário católico, ou amanhã (27), como é o costume geral no Brasil

26 set 2023 - 14h31
(atualizado às 14h52)
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Historicamente uma das celebrações mais populares da cultura brasileira, o Dia de São Cosme e Damião é conhecido por fazer a alegria das crianças com a distribuição de doces. Há, ainda, duas "opções" de datas para comemorar: hoje (26), pelo calendário católico, ou amanhã (27), como é o costume geral no Brasil.

A data era celebrada unicamente em 27 de setembro, por ser considerado o dia da morte dos irmãos Cosme e Damião - embora não exista registro que comprove o fato. Em 1969, porém, foi realizada uma reforma no calendário católico, a partir da qual ficou decidido que a comemoração passaria a ser um dia antes.

A escolha foi feita para evitar um choque de datas com São Vicente de Paulo que, comprovadamente, morreu em 27 de setembro.

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História católica

Para a Igreja cristã, Cosme e Damião são santos. A história conta que os dois eram gêmeos, nascidos na região que hoje corresponde à cidade de Egeia, na Síria. Eles eram médicos e trabalhavam voluntariamente, sem aceitar pagamento.

Cosme e Damião eram cristãos na época em que o Império Romano ainda não aceitava o cristianismo. Por isso, foram perseguidos e mortos a mando do imperador Diocleciano por volta do início do século IV. Dizia-se que eles não sofriam ferimentos por água, fogo e nem mesmo a crucificação. Por isso, foram decapitados por uma espada. Esse martírio, bem como a dedicação dos irmãos à Jesus Cristo, contribuíram para que a dupla passasse a ser venerada.

Religiões afro-brasileiras

No dia 27 de setembro também é celebrado o orixá Ibeji, entidade de gêmeos conhecidos por ver a vida com "olhos de criança". No Brasil, costuma ser sincretizado com São Cosme e São Damião, incluindo a distribuição de saquinhos de doces para crianças.

Tanto na Umbanda como no Candomblé, Ibeji são vistos como filhos de criação de Oxum. Algumas crenças dizem que os gêmeos são um menino e uma menina. O primeiro a nascer chama-se Taiwo, e o segundo, Kehinde. Na cultura Yorubá, acredita-se que Kehinde deixa a função de supervisionar o mundo nas mãos de seu irmão Taiwo, que o faz sem discutir com sua irmã, por isso deduzem que ele seja o mais velho e, por isso, carrega responsabilidades a mais.

Entrega de doces

Embora seja amplamente adotado por adeptos de diferentes crenças, a distribuição de saquinhos de doces não tem ligação com a história católica.

"Na época da colônia, o catolicismo era imposto a indígenas e negros, então uma forma de camuflar era venerar as entidades com as imagens de santos católicos. E isso aconteceu com Cosme e Damião, que foram identificados com orixás crianças, muito alegres. E isso ficou associado a festas e doces, principalmente no Nordeste", explicou o frei Luiz Antônio Pinheiro, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, ao portal Uol.

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