Renovando a imagem para superar desilusões
Comece a se perdoar e perceba que você não pode se culpar e ser o único culpado pela fim do seu relacionamento
Nas duas colunas anteriores mostrava os primeiros passos para a superação de uma desilusão amorosa. Tratava-se de entender e regenerar, de aprender a transitar por um grande vazio, como se o destino impusesse uma quarentena, que se prolonga por um tempo muito maior do que você acha que pode suportar. Após a segunda fase, com o ego já devidamente reestruturado, é preciso se dar oportunidade de explorar outros horizontes de amizade e, quem sabe, lentamente, passo a passo, de paixão e amor.
Inicia-se a terceira etapa, que chamo de “Imagem renovada”. Nessa fase, você começa a se perdoar, a perceber que não pode ser culpado como o único responsável pela separação. Sua imagem vai se renovando, o gostar de si lentamente retorna. O “nunca mais” cede espaço, gota a gota, para o “talvez... um dia, se surgir a pessoa”.
Olha o espelho, muda o visual, compra uma nova colônia, aceita dar uma saída com os amigos, surpreende-se, enfim, por ver (e aceitar) que o ser amado também tinha “defeitos” e não era exatamente a pessoa mais fácil ou mais confiável do universo.
Enfim, a indignação vence aquele desejo de retomar o “doce amor antigo”, e o sonho se transforma em uma “cruel vontade de vingança”. Teu único impulso, a derradeira ilusão: querer que a outra pessoa se atrapalhe, se perca na vida, afunde nos problemas, “entre pela minha porta no auge do arrependimento, precisando de mim só para que eu possa expulsá-lo como é de seu merecimento”, “acabe, pequeno e arrasado”.
Enquanto essa vontade perdurar, você prossegue unido, pelos laços errados, ao ser em questão. Levando-se em conta que o ódio é um vínculo tão forte quanto o amor, nesse período, lendo os anúncios nos postes – “amarro”, “trago de volta em sete dias” – você acha que foram deixados ali por sua causa. Mas, atenção, tudo o que é necessário agora não está em nenhum desses cartazes: “desamarro”, “liberto em sete dias”.
Renovar a imagem (caminho para renovar a autoimagem) é a tarefa fundamental que se impõe, mas ainda falta muito para que você consolide novos critérios, penetre novas possibilidades de retomada de gosto e emoção. Por mais que você tenha sobrevivido até aqui, os sentimentos de insegurança, a estima abalada, ainda não permitem um posicionamento neutro em face da tentativa de um novo relacionamento.
Seu dever incansável é buscar a renovação de sua imagem. A meta, alcançar a realidade adequada, para permitir que brote um novo eu. Tem início a quarta e última das etapas: a reconexão com a vida – um retorno à crença de que você poderá viver outra vez um grande amor. Será o tempo de retornar às possibilidades de afeto e novas sensações, hora de se afirmar novamente em suas próprias características, qualidades e esperanças.
Na coluna seguinte esclareço o quarto e último passo.
Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.
Veja também: