Resgate espiritual 'cura' medo e ansiedade, diz vidente; entenda
A perda do enlace entre o eu superficial e a alma profunda gera autossabotagem e perda de confiança
Tudo mudava quando ele tentava se expressar. Um furacão se erguia. Era com dificuldade que ele falava, as palavras – mais para punhado de sons inarticulados – pareciam estranguladas na garganta, saíam picadas como se algum obstáculo estivesse fechando o caminho, impedindo seu livre curso. As coisas iam se complicando, sua postura cada vez mais tensa, as palmas das mãos umedecidas, o contato tornava-se estranho, artificial.
Para ele tudo aquilo era inexplicável, incompreensível, gerava insegurança e sofrimento. Ele sempre tinha se colocado bem, afinal de contas era professor e ganhava a vida diante de alunos: um pouco comunicador, um pouco ator, um pouco locutor.
Explicou-me que a “fobia”, o “pânico” (não sabia bem como chamar), veio vagarosamente. Um tropeço, outro duas semanas depois, outros dois seguidos na semana seguinte. A confiança declinando devagar, descendo aos poucos até que entrasse numa zona nebulosa, de pouca visibilidade, onde não se podia mais saber quando seria o próximo esbarrão ou colisão mais séria.
Calejado por muitos anos na profissão, foi usando a maturidade adquirida, mais ou menos como um jogador de futebol veterano pode (ou podia, antes das modificações vibrantes dos últimos dez ou vinte anos, que intensificaram enormemente o ritmo atlético do nosso joguinho preferido!), apoiado na experiência acumulada, com visão privilegiada, correr menos sem deixar de dominar melhor o campo e as jogadas.
Quando percebia que estava num dia mais complicado, fugia da aula expositiva, propunha uma atividade, repartia entre os alunos a leitura, dava um jeitinho. Sentia-se desapontado e infeliz já que o grande prazer da sua vida profissional era a cátedra, falar com domínio e paixão sobre os assuntos. O medo, maldito, engessou suas capacidades, como o pianista que não pode mais dedilhar o teclado porque machucou as mãos.
A coisa piorou de semestre para semestre. Quatro, cinco anos de combate. O inimigo avançando, lenta e irremediavelmente. Ele acabou derrotado primeiro aqui e logo ali, esmoreceu, perdeu o entusiasmo, isolou-se e, no estágio em que me procurou, já quase não conseguia sair de casa.
Eu conhecia o drama. Algumas vezes tinha defrontado essa perda do enlace entre o eu superficial e a alma profunda, gerando autossabotagem, ansiedade e um abalo na confiança de si e de suas capacidades. Apartada de seus apoios espiritualizados, a pessoa fica nervosa, sufocada, se concentra demais em si mesma, analisa minuciosamente cada ação e perde a fluidez normal.
O resgate espiritual a se fazer não é dos mais complicados. É um ajuste nesse plano encarnatório, sem necessidade de revisar passagens de outras vidas. Quando bem sucedido, reacomoda-se a dinâmica entre o eu e alma no nível esperado de automatismo, gerando a solução na forma de uma espiral ascendente: pequenas conquistas se acumulam, a situação de tensão vai enfraquecendo, colaborando para obtenção outras conquistas, diminuindo o estresse e recolocando as coisas nos trilhos.
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