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Superando a desilusão

Desilusão? É para superar!

27 jun 2019 - 09h00
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Ela chorou. Chorou pra valer. A caixinha dos lencinhos “para chorar” esvaziou, a lixeirinha ficou entupida, transbordando daqueles papéis lisos e macios. Era desilusão das bravas, traição. 

Superando a desilusão
Superando a desilusão
Foto: iStock

Que explicava eu? Que as desilusões estão por toda parte. Que a experiência de enfrentá-las gera capacidade de amadurecer, desenvolver mecanismos, superar. 

Lidando diariamente com elas, noto algo interessante. No terreno dos afetos e dos amores, ou no financeiro e profissional, o peso da desilusão é maior: ela corta mais afiada, golpeia mais contundente, fere, deixa marcas amargas, cicatrizes fundas, ódio, raiva, decepção. 

No campo familiar, por sua vez, a desilusão acaba mitigada, se manifesta, geralmente, menos impactante e psicologicamente devastadora. Por que será? Ora, a explicação possível está vinculada ao tipo de expectativa que nutrimos, às esperanças envolvidas nas situações. Vamos entender melhor. 

Uma flechada disparada por alguém que amamos deveria doer tanto (talvez mais!) do que uma desferida por desconhecido, alguém distante e sem intimidade. Mas, não é o que ocorre. Nossa capacidade de perdão, bálsamo para a alma agredida, alívio para as dores e injustiças, parece ser maior quando se trata de ser estendida para alguém próximo.

A sabedoria espiritual indica, portanto, a necessidade de compreendermos e ativarmos mais e melhor, justamente, esse mecanismo de perdão. Ele é poderoso agente de regulação do tipo de preço simbólico que vamos pagar nessa ou naquela situação existencial. Extrair um dente dói exageradamente, por isso mesmo somos gratos à anestesia, que bloqueia o sofrimento desnecessário.

No plano esotérico, a angústia, aflição e amargura são equalizadas e niveladas pela tranquilidade do coração. Em diversos arranjos e provações que precisamos enfrentar, enrijecer não é a melhor proposta. Mobilizar um conjunto de forças pode se mostrar uma burrice inútil. Nossos avós repitam, do alto de suas sabedorias, “burrice esmurrar a ponta da faca!” Estavam cobertos de razão.

Devemos transportar para as arenas exteriores à nossa casa a capacidade de aceitação e perdão que exercitamos dentro dela. Ver o outro com os olhos amorosos que usamos para nossos entes queridos. É possibilidade de acalmar a alma e conectá-la com sentidos maiores do amor universal. 

Pode parecer, numa primeira abordagem, que estou pedindo e defendendo uma tolerância exagerada. Nada disso. Estou defendendo uma opção mais serena no modo de viver, cada vez mais necessária, aliás, nas cidades e vidas enfurecidas que estamos enfrentando nesse início de século. Ganham todos? Claro que sim... mas, antes de mais nada e acima de tudo, ganha você, quem aceitar essa verdade evidente e tiver desenvoltura espiritual suficiente para dela se servir: bondade é a trilha para a vida plena. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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Fonte: Marina Gold
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