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Vidente: trazer o amor de volta pode não ser a melhor opção

29 jul 2016 - 16h33
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“Trago seu amor de volta. Vejo isso em cartazes espalhados pela cidade toda. Então, queria saber se você consegue para mim”, ele disse. As palavras saíram do telefone, entraram pela minha orelha e dispararam uma luz branca – limpa e vazia – em minha consciência.

“Não”, afirmei convicta, “não trago ela de volta não... E você vai me agradecer por isso”. Depois de um instante de silêncio, ele indagou: “você não sabe? Não consegue?”. Eu emendei na hora: “ah, sei sim, como sei, mas estou interessada em algo que sei melhor: fazer a coisa certa”.

Foto: iStock

A voz dele murchou, como um gato felpudo que entra na banheira e fica magrinho. Mal ouvi o fiapinho que restou: “puxa, eu não mereço? Gosto tanto dela e não mereço?” Com a mão livre, a que não segurava o telefone, espontaneamente dei uma palmada na minha própria coxa. Rapidamente eu estava em completa conexão empática com ele, envolvida com o problema: “vou te ajudar a colocar as coisas em ordem”.

Aproximei o bocal e falei com ênfase: “uma mulher assim, ingrata, que só trouxe sofrimento, você não merece mesmo. Você não quer trazer o teu amor de volta. Ela não é teu amor, é tua obsessão. Você quer trazer a obsessão de volta, e isso eu não faço”.

Ele choramingou: “o problema é o vazio. Dói demais”. “Claro! O vazio e a dor são as provas evidentes da tua obsessão, quando não se tinha amor de verdade, fica um enorme buraco que é preciso trabalhar – com temperança – para preencher”, completei.

Ele soluçou de leve. Do lado de cá eu percebia as lágrimas descendo. Indagou: “como? O que posso fazer?” Indiquei: “são três os caminhos para secar seu rosto. Na base o trabalho espiritual – e disso eu sei bem e consigo muito –, na sequência uma reconstrução do psicológico – da autoestima, da tua relação com o real –; por fim, ponto de chegada, o equilíbrio das coisas do corpo e da saúde orgânica”.

Ao falar a palavra “orgânica” uma luz avermelhada explodiu como um flash. Entendi e perguntei: “por falar nisso, como anda o teu peso?”. Ele, recompondo-se, respondeu: “ufa, acho que um problema. Depois da separação, nesses três meses, ganhei uns vinte quilos”.

Estava ali estabelecido o desafio. Tínhamos um parâmetro, bem concreto por sinal. Nossa tarefa foi longa, um bom combate. Ela não voltou. Os quilos a mais se foram. A balança mostrou o reestabelecimento físico, psíquico e espiritual – integral, portanto – daquele amigo que fiz quando ele estava bem perto do abismo.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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