Um grande amor sobrevive no plano espiritual, diz vidente
O amor pode não estar no plano visível, mas ele não escapa e não se perde
“Um grande amor?” Você tinha me perguntado e a resposta é sim. Meu caro, o que você viveu foi um grande amor. Verdadeiro grande amor – com as maiúsculas destacando e confirmando, para não deixar nenhuma dúvida.
Compreendi bem tua situação quando localizei que tua querida esposa era pura emoção, sempre em contraste com tua racionalidade. Juntos vocês cantavam afinados, o colorido agudo da voz do coração em harmonia com a profundidade grave da voz do cérebro.
Intensidade e ponderação, impulso e discernimento. Entendi rápido como essas balizas marcaram cada quilômetro dos mais de quarenta anos da longa estrada de vocês. Muito chão. Assim, se me permite, aproveito para lembrar (e registrar) as duas coisas fundamentais que se revelaram na nossa consulta:
A primeira – Não minimize o privilégio que te foi permitido viver: encontros como o de vocês, recheado de troca e cumplicidade, complementação e equilíbrio, representa acerto cármico bastante raro, profundamente libertador para ambos. Forte arremate da extensa costura de tantas passagens pela vida.
A segunda – Não se preocupe, não se exaspere, ela não se perdeu: mesmo que você não a encontre mais no plano visível, ela segue ao teu lado no plano espiritual. Ali, onde toda aparência se dissolve na substância, ela te guarda sem deixar de te acompanhar nem um minuto. Nó apertado, não desliza, não escapa.
“O que faltou dizer?” Outra das tuas indagações. Ah, meu caro, conheci, na minha lida com os Mistérios da Espiritualidade, inúmeras pessoas com o teu posicionamento em relação ao oculto, uma assumida tendência ao questionamento e investigação cética. Foi trazendo nos braços essa experiência que pude indicar a direção, colaborar para que o horizonte se expandisse.
Logo no início da nossa consulta, coloquei os olhos em você e vi (e não me refiro aqui às realidades da luz e da óptica) que a resposta procurada chegaria breve e, mais interessante, passaria pelo menos usual dos teus caminhos (comumente racionais), a alma.
Hoje, poucos meses depois, lendo teu e-mail, sinto-me recompensada. Bem que eu sabia: passear de novo naquela praia, tantas vezes visitada, seria reencontrar o secreto centro do teu amor.
Claro que (respondendo tua pergunta final) teu relato me comoveu: ela colhendo as flores que tinham acabado de desabrochar naquela hora mais leve da manhã, buscando o apoio da tua mão quando ao meio-dia uma onda furiosa turbilhonava sobre os ombros, piscando o olhar brilhante que no crepúsculo tentava acompanhar a dança em ziguezague das andorinhas, apontando a própria orelha para indicar na alta madrugada a chuva tamborilando no telhado.
Eu te disse que ela ia voltar mais linda do que nunca. Obrigada por dividir comigo os detalhes: o sorriso quente embebido no pequeno cálice de vinho do Porto, o rosto ardendo em testemunho à clareza do sol, os cabelos esvoaçando nas evocações girantes do vento, a voz recriando tudo com a mesma doçura macia espalhada pelas Damas da Noite debaixo da janela. Um grande amor.
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