Um último reflexo no 'Espelho da Vida'
Após sete meses de exibição, terminou, no primeiro dia de abril, Espelho da Vida, novela Espírita apresentada pela Rede Globo. O final, que acompanhei de perto, como, aliás, o conjunto todo, chamou-me a atenção: surpreendente.
A autora, Elizabeth Jhin, conseguiu, com sua história de um grande amor, transmitir os mais importantes princípios básicos da Teoria da Reencarnação e, mais amplamente, do Espiritismo.
Afastando-se dos discursos solenes da Doutrina Kardecista, ela trouxe para a efervescência cheia de dinâmica da vida real a trajetória do amor dos protagonistas que se estendeu por mais de uma vida.
Para colocar em evidência as ideias propostas, a autora precisou ultrapassar um bocadinho as fronteiras do real: apresentando as relações entre seres encarnados e aqueles desencarnados de uma maneira que não acontece efetivamente no nosso campo de experiências, pois o mundo espiritual não é tão permeável ou aberto, não se mostra com tanta facilidade aos nossos olhos.
Nesse modelo – marcadamente estético, inspirado no “Realismo Mágico” –, ela organizou uma lição, uma solução pedagógica que apenas é possível na forma adotada, usufruindo das licenças outorgadas pelo artístico, com uma presença maciça de espíritos que, no geral, não temos tranquilamente “às ordens” para nos relacionarmos.
Se a autora assim não fizesse, não conseguiria dar seu recado de forma tão clara e contundente. Podemos afirmar que a história conseguiu seu intento: apresentar, ilustrar e esclarecer melhor a teorização espírita.
Dito isso, na minha modesta avaliação, chamo a atenção do leitor para um detalhe que, podendo parecer menor, a mim destaca-se como de brutal importância. Localizo no episódio Forças do Universo, negativas, que não aceitam que o Ser Humano progrida e entenda a lógica das Reencarnações. Essas forças tentam afastar o homem de verdades cristalinas como as que foram apresentadas.
Do que falo? Soube, depois da novela encerrada, que a casa cenográfica da família Castelo, epicentro do drama, incendiada ficcionalmente no último capítulo, acabou mesmo pegando fogo na madrugada seguinte à gravação das cenas finais.
Felizmente era madrugada. O incêndio não colocou em risco a vida de ninguém. Bombeiros apagaram as chamas. A casa, queimada nas telas, também ardeu e carbonizou. Que forças agiram? Mais potentes do que toda a segurança e tecnologia de uma grande emissora de televisão? Deixo a resposta para meus leitores. De minha parte, não creio de bruxas, “pero que las hay...”
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