Uma atividade natural
Natural: essa é a palavra que explica exatamente como funciona para mim. Concentro-me e, normalmente, a vidência surge, como se uma música começasse a tocar ao longe. Escuto com mais atenção, a música me envolve. Amplio a acuidade, sobe o volume, agora posso definir a música com maior nitidez, mínimos detalhes sonoros.
Em geral, quando compartilho essa característica do meu dom, indicando que aquilo que para muitos parece um fenômeno incomum é, para mim, processo Natural, causo curiosidade e estranheza.
Ouça o podcast Terra Horóscopo:
Quando faço vidência, as coisas se desdobram espontâneas em três passos encadeados. Primeiro busco uma energia de ativação de inspiração cármica. Ela desencadeia o fluxo de produção de sentidos, as revelações que alcanço.
Esse momento seminal se desdobra em etapa dois e três, ambos no domínio da racionalidade. O segundo passo é o entendimento de sensibilidade da pessoa que estou atendendo, a localização de seus afetos, emoções, história de vida, etc.
No desdobramento, fechando o circuito, a cognição surge como terceira e última etapa, filtro final para que eu apresente os sentidos, as resoluções, a ressignificação das questões emergentes, demandas, dúvidas, decisões, ansiedades, etc.
Esses três passos, tanto o inicial – de coloração esotérica – bem como os dois outros complementares – de força ordenadora – fluem, na minha atividade e experiência, de um jeito Natural: sutil, regular, espontâneo, recheada de explicações pontuais.
Quando a coisa não transcorre assim, raro, mas ocorre vez ou outra, a vidência com aquela pessoa (naquela circunstância, naquele contexto) está bloqueada – pelo menos para mim. São determinações maiores da Inteligência Universal que não se facultam revelar em entendimento.
Bem menina, começando a seguir pela trilha dos três passos, eu acreditava que todo mundo “enxergava” com facilidade os mistérios e desdobramentos do carma alheio. Volta e meia eu tinha ocorrências de vidência. Surgia Natural: espontânea, simples.
Minha mãe, não sem alguma estranheza, chamava a minha atenção. Para mim aquilo não tinha nada de especial ou intrigante, era transparente e cristalino. Ela, educando, mostrava a intensidade das forças e sutilezas, o emaranhado delicado de se apontar para onde iriam as dúvidas que os outros tinham em relação à saúde, amor, dinheiro, realização, etc.
“Filha”, ela alertava, “precisa tomar cuidado com isso, é um fenômeno”. Eu me espantava. Para mim não havia qualquer sofisticação, qualquer segredo. Tudo se mostrava por si. Não era preciso investigar ou interpretar nada.
Eu não precisava vasculhar, investigar, analisar, esquadrinhar, pesquisar, examinar. Era Natural, constitutivo da minha forma de me relacionar com o entorno: se prestava atenção, conseguia “ver”.
Naquela época eu não tinha a menor ideia de que meu desafio não seria entender como a vidência funcionava, e sim aprender (o que vem ocupando já sessenta anos!) como empregar bem a ferramenta.
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