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Vidente compartilha visão metafórica da vida como navegação

Os rumos nas velas e ventos do destino

20 jun 2016 - 18h22
(atualizado às 18h34)
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A vida da gente é uma vela – vela de veleiro, não de cera, embora também queime e se consuma. O destino são os ventos. Sopram para lá e para cá, podem abraçar nossa vela e arrastar o barco para diversas direções, um ou outro rumo – esperado, querido; indesejado, odiado.

Navegamos todos por esses oceanos: cabotagem, alto mar, mar aberto e mar adentro. Navios maiores, escunas, traineiras, pesqueiros, rebocadores, jangadas, simples botes, que flutuam, vencem ondas, superam distâncias, atracam portos, partem e chegam, transportam.

Foto: valio84sl / iStock

São nossas jornadas de sóis e sais, luares e constelações, bússolas e cartas. Águas azuis, verdes, acinzentadas. Brisas, ventos, tempestades. No ir e vir contínuo cruzamos, mais ou menos distantes, outras embarcações. Trocamos sinais luminosos, bandeirolas, gritos, acenos, qualquer forma de câmbio e comunicação.

A vida é de bordo. Às vezes, faxina no convés, às vezes, baile de gala. Dias de tédio arrastado, outros de alegria ensolarada. Uns preferem a mesa de refeição, bons víveres e bebidas. Outros elegem o salão de jogos, acasos ou sorteios. No teatro a alegria das músicas e danças. Na piscina o refresco e a água doce.

Eu também tenho meu canto predileto. Na proa, como na cena clichê do Titanic, vendo a quilha singrar como uma navalha, repartindo em simétricas metades, as possibilidades de futuro no exato instante em que ele, uma expectativa momentânea, turbilhona em presente líquido, fugidio, logo escorrendo liso como seda para a popa do passado.

É ali também que, sob o amplo céu azul, posso acompanhar o voo elegante dos albatrozes. Como são lindos esses pássaros gigantes, indicadores da proximidade de terra firme: ilha ou continente? Praia deserta ou porto insone? Gosto da ciranda de asas brancas, da precisão pontiaguda como flecha e da estridência clara dos gritos que cantam lá do alto os segredos que sequer da gávea, elevada no mais elevado dos mastros, se pode avistar.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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