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Vidente fala sobre dificuldade de manter o casamento hoje

28 set 2014 - 10h01
(atualizado em 29/9/2014 às 07h31)
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Foto: Getty Images

Não passam dois dias sem que eu atenda um problema de casal. Compus amplo mosaico e percebi que é a própria ideia de casamento que vem mudando, se tornando instável: compromisso outrora sólido, passa a ser repensado como precário, rescindível.

Laços afrouxam. O número de casamentos diminui, o de uniões livres aumenta. Progridem os divórcios, a família cada vez mais flexível, temporária.

O amor conjugal, outrora resguardado em sua importância central, é atacado como uma efemeridade, uma instrumentalização utilitarista que nos prende e escraviza. Surge um novo modelo, um novo imaginário, um novo paradigma.

Por mais doloroso que seja para a maioria de nós, os historiadores do futuro vão escrever uma história do amor nessa nossa época bastante diferente da dos nossos antecessores de 100 anos.

Até relativamente pouco tempo o casamento não era palco para essas trepidações que acompanho corriqueiramente. Resignado, complacente, imobilizado, era esperado que ele durasse por toda a vida, independente das piscadelas românticas do maroto Cupido e de suas flechas afiadamente eróticas. Freud, pai da Psicanálise, o “terrible” doutor da Viena de início do Século 20, compreendeu a problemática profunda dessa realidade e como se defender de suas perigosas garras.

W. Reich, um discípulo seu, depois inimigo, propôs toda uma revolução: nada de reprimir a curiosidade sexual, estratégia que leva ao sofrimento e atrofia existencial. Toda liberdade ao desejo, mesmo que exagerado e descontrolado.

Assim foi. Valeu? Estamos preparados para essa anarquia que nos sufoca por todos os lados? Nessa conjuntura completamente desregulada sabemos quando amar e quando evitar o amor? Está difícil encontrar o caminho no bosque sombreado e enganoso que nos rodeia?

Não tenho essas respostas e duvido que, diante de novidades assim, alguém tenha a receita infalível. Em meio às contradições, as respostas são individuais, variam de caso para caso.

Sei que pagamos alto preço quando lidamos sem as devidas precauções com forças assim, extremamente misteriosas e dominadoras. Onde entra a espiritualidade nessa confusão? Ah, estrela de navegação ela funciona – como repetidamente noto – como baliza de intuição, separa o amor plasma vital de todo o resto, simples água de bica. 

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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Fonte: Terra
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