Vidente indica as junções do crescimento espiritual
Busca da sabedoria é um caminho amplo e aberto
Racionalidade, ciência, filosofia e conhecimento, são caminhos interessantes e produtivos, mas, em relação ao desafio da busca espiritual, complementares. A busca espiritual procura outra coisa bem diferente: a sabedoria.
A sabedoria nunca é uma certeza. O sábio não tem concepção definida, que permaneça inalterada, uma que ele afirme ser a sua. O sábio cuida para não deixar seu espírito “advir”, assumir determinada maneira que, ao se consolidar, torna-se limitada.
Ele entende: quando uma orientação se solidifica em nossa concepção, ela prende, trava, congela e empobrece. Quando, entre todos os possíveis, um se destaca, nos faz ver as coisas sob seu aspecto, impede e nos faz esquecer todos os outros aspectos. Eis um equívoco comum que o sábio, evitando formar pregas em seu espírito, sabe como desviar.
A tarefa é estar atento para tal questão: quando algo advém de certa maneira e configuração, o que exclui as outras; assim, quem adota certa perspectiva, certo ponto de vista, se fecha aos outros, coisa nada produtiva para o trabalho esotérico.
Sem apegar-se e determinar um horizonte, o sábio não encerra ou limita as disposições. Evita construir um ponto de vista particular, não quer se fazer “senhor”, busca – ao contrário – a renovação contínua, a flexibilidade dos juízos, as disjunções. Sua tarefa é agregar, e, para tal, prefere a disposição do espírito ao invés de uma qualquer posição inquestionável e inquestionada – trilha para a condenação e não para o entendimento.
A força da racionalidade e suas irmãs (enumeradas na primeira linha desse texto) nos desviam para longe da sabedoria, obriga a escolher entre uma e outra posição, executa disjunções; enquanto a sabedoria, considerando todas as posições em pé de igualdade, retirando daí sua força e luminosidade, aceita todos os pontos de vista, todos os modos.
Para a sabedoria não há caminho (via). O caminho, porque sempre há o “viável”, está em toda parte. Assim, quando um músico toca um som, ele se priva de todos os outros. Tocar, optar por esta nota e não outra, efetuar uma disjunção, é a racionalidade. O silêncio, onde todos os sons estão contidos, é a sabedoria.
A partir do momento em que renunciamos às disjunções, alcançamos a compreensão de que o caminho não está exclusivamente de nenhum lado, realizamos que o caminho não tem lado. Como o silêncio, ele não dá as costas a nada.
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