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Vidente: nos dias atuais, a sexualidade aliena o amor

9 mar 2018 - 12h00
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Já acompanhei inúmeras histórias de amor. Quantas situações cármicas já passaram por mim, incomodando-me sempre a imensa capacidade humana de se culpar, encontrar maneiras inferiores, vingativas e destrutivas de olhar e se relacionar com os afetos. Quando o tema é a sexualidade – caramba! –, é costumeiro o caldo entornar.

Foto: g-stockstudio / iStock

As pessoas, muitas vezes, se mostram pouco evoluídas, não entendem que a sexualidade é uma dádiva que deve fazer par perfeito com a espiritualidade, união geradora de poderoso combustível não apenas para o corpo, mas para a mente e para a alma também.

Pena que a beleza desse enlace esteja um pouco desvalorizada nos nossos dias de explícito exagero pornô por todos os lados. As intenções puramente corporais soterram as sutilezas mais sensíveis e carinhosas, a busca desenfreada de prazer é atropelada pelo superficial, pelo que não dura muito, pelas saciedades que repelem engajamentos profundos.

Ando preocupada, notando que as pessoas exageram em apostar todas as fichas no prazer pelo prazer: rápido, sem rumo ou complementariedade. A alegria obtida assim – frágil, pequena, provisória, insatisfatória – demanda desperdício de um esforço que estaria melhor canalizado se mais depurado nas artes do Amor (com letra maiúscula), sublime abraço de uma emoção que suga até a última gota de néctar.

Fazer amor sem raiz, sem sentido, sem emoção, sem inspiração é escolher um caminho equivocado. Desconectado da trama mística, é simples aventura: furacão corporal, que jamais irá além do lúdico característico do malabarismo circense. Prefiro a dança, com a qualidade emocional de um envolvimento pleno (ligado aos processos místicos).

Como desalienar o AMOR nesse nosso mundo banhado por litros de adrenalina sexual? Buscando ampliar o diálogo íntimo com nossa essência, aprofundar o autoconhecimento e a compreensão do outro. Assim podemos ver que a beleza de tudo é reflexo de nosso estado interior, que os momentos prolongados de sentimento profundo são imensamente mais gratificantes e tornam a vida mais doce do que o entretenimento de qualquer sexo vazio.

Não sou moralista, pudica ou carola. Uso apenas minha longa experiência de contato com histórias e questões da sexualidade humana para concluir que precisamos de mais Kama Sutra e menos cama eventual, mais Tantra e menos sex shops.

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Fonte: Marina Gold
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