Viver e nau viver
Me seduz ver a vida como uma grande viagem.
Embarcados numa nau, que nos leva ao cumprimento exato do nosso destino. Como a gente não conhece o exato percurso, a carta náutica, é preciso aceitar o itinerário e confiar no caminho - navegar é preciso.
Sem bússola, sem guia estrelar, navegamos todos rumo ao Desconhecido - o Extremo Porto. Desconhecido que, ao mesmo tempo, leva cada um de nós à realização de ações e missões como seres viventes.
Como toda embarcação, essa nau dispõe também de um leme, que, girando em seu eixo, determina a direção de curso para o apontar da proa.
Manejar o leme, muitas vezes, tarefa de perícia, depende sobretudo da nossa força ou até da nossa vontade.
Se as águas de mostram calmas ou bravias, parece ser uma determinação prévia, aquela que se define antes da viagem, e depende do que exatamente viemos fazer ao necessitar enfrentar o trajeto, durante o qual precisamos estar atentos e preparados para encontrar bonitas paisagens, espertas correntes oceânicas ou, algumas vezes, revoltosas e arriscadas ondas. Mareando por águas tenebrosas que nos jogam, ou alisadas superfícies que embalam.
Ao embarcar nessa viagem, longo curso, e durante ela toda, aventura, temos sentimentos, impressões, e, principalmente, intuições das razões porque estamos nela e de como devemos agir.
São pistas sensíveis que recebemos, provavelmente, de experiências de vidas passadas, que nessa viagem atual se expressam implicitamente. Mas, ainda que dissimuladas, são do conhecimento do nosso Eu mais profundo, uma vez que é por isso, para aprender melhor, para perdoar melhor, para superar melhor é que estamos soltos em plena vastidão da viagem, turismo de nossas vidas.
Algumas vezes, tormenta que atormenta, noite sem rumo, podemos nos perder. Nesse caso é de procurar ajuda, terapêutica ou esotérica, a qual poderá servir como um mapa para reposicionar em movimento, livrar do pesadelo e permitir outros progressos convenientes.
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