Viver sem peso inútil: o desapego do ódio e do ressentimento
Quando falamos em desapego, pensamos sempre em nos afastar de coisas muito queridas.
Realmente é muito difícil abrir mão de certas posses e objetos, relações e companhias, muito difícil continuar a vida sem essas presenças.
Parece, inclusive, que temos medo de nos separarmos de pessoas ou objetos que já perderam a utilidade e o sentido, não servem mais. Aquela roupa de formatura... o presente de um antigo namorado... a amizade (já estremecida e desgastada) que nos perturba e incomoda, apresentam elementos que nos trazem um sentimento de dependência e aprisionamento.
Então, as coisas se acumulam, entulhamos gavetas, enchemos os armários com coisas que não vamos mais usar, não finalizamos relações que perderam o sentido, em nome de um afeto que muitas vezes já definhou e permitimos que lixo se acumule, muito lixo, montanhas de lixo. O que está na base desse comportamento? Ah, é muito difícil se libertar das coisas que um dia amamos!
Porém, há também outro tipo de desapego tão importante quanto o amoroso (indicado por mim acima). Trata-se do desapego do ódio, do ressentimento, e da sensação de injustiça que quando nos pegam de jeito, fica difícil evitar, jogar de lado, superar e seguir adiante.
Parece mais difícil ainda se desapegar do conjunto negativo (com suas complicadas cargas de ódio e dor, sensações de traição e maldade, perda e injustiça) do que do conjunto positivo (nossos queridos vínculos).
Mesmo sabendo que cultivar esses sentimentos negativos nos atrasa, é comum (infelizmente comum!), acabarmos rendidos, comprometendo nossa paz de espírito.
Guardando uma lembrança de um momento feliz, ela nos emociona e pode ser sempre revivida numa boa memória, nos impulsionando adiante e agradavelmente. Se, por outro lado, ficamos enredados e às voltas com memórias dos infortúnios, continuamos carregando as influências doentias e perniciosas pela vida afora – força contrária ao progresso espiritual.
Bom mesmo é se libertar para viver sem peso inútil de lembranças ultrapassadas e objetos que não passam de trapos no contexto de busca de plenitude do viver.
Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.