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Generosidade, a poupança mais importante

22 dez 2016 - 13h00
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O dinheiro é uma espécie de coisa estranha e anônima. Pode ser tudo ou nada ao mesmo tempo. Se bem usado, com consciência social, se transforma em progresso, impulsiona prosperidade e grandes ideias. Quando empregado equivocadamente, ao invés de amparar o funcionamento da existência, torna-se estéril, carrega morte, promove flagelo, tormento e miséria.

Falo disso por perceber que nossos dias são de valorização exacerbada da riqueza. Avareza, um dos pecados capitais, marca fundo nosso cotidiano, se expressa de modo cada vez mais assustadoramente normal.

Em nosso meio completamente consumista e incitador do desperdício, falta harmonia e equilíbrio. Os desejos materialistas (geralmente banais) atrasam a possibilidade de transcendência, impedindo que a vida seja desfrutada em seu esplendor e mistério.

Do ponto de vista da espiritualidade, posso afiançar que, na medida em que elas crescem, nossos carmas enfraquecem e a vida fica mais iluminada
Do ponto de vista da espiritualidade, posso afiançar que, na medida em que elas crescem, nossos carmas enfraquecem e a vida fica mais iluminada
Foto: UberImages / iStock

Nesses tempos, abundantes como nunca de bens e confortos de todo tipo, vivemos, paradoxalmente, carentes. O dinheiro deixou de ser um meio e se tornou um fim em si mesmo. Muitas pessoas, iludidas, esquecem como saborear as frutas do jardim. Sem respeitar a utilidade do dinheiro, por todo canto, é o exagero que se espalha, rompendo o acordo social numa idolatria perigosa.

Vamos entender com cuidado: o dinheiro não é tudo. Sem essa certeza, criamos sociedades injustas e carentes de dignidade. Refletindo bem, o dinheiro é coisa melancólica. Morrer com um milhão no banco é desperdiçar um milhão de oportunidades. Pior: é não compreender um milhão de vezes que não podemos viver sem os demais, sem nos socializarmos, sem dependermos uns dos outros.

Plutarco, grande na sabedoria, indicava: “a bebida elimina a sede, a comida satisfaz a fome, mas o ouro não elimina nunca a avareza”. Tinha razão. Quem se apaixona pelo dinheiro nunca acha que acumulou o bastante, nunca está seguro de ter o suficiente. Vive dilacerado, interessado em somar e somar, ver crescer um capital que não emprega para nada, pois, sem objetivos legítimos, sua trajetória não passa de um vício grotesco.

Com visão límpida das coisas, Gandhi indicou: “na Terra, há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não tanto para satisfazer a avareza de alguns”. Inspirados pelo otimismo inabalável que caracterizou a trajetória dessa grande alma, devemos lutar para que se espalhe a generosidade material e sua irmã mais velha, a dos sentimentos.

Do ponto de vista da espiritualidade, posso afiançar que, na medida em que elas crescem, nossos carmas enfraquecem e a vida fica mais iluminada. Isso sim é que é poupança! Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

Fonte: Especial para Terra
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