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Orgulho LGBTQI+: conheça o significado da sigla e a origem de sua bandeira

Confira o significado dos elementos do movimento LGBTQI+

28 jun 2020 - 12h44
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Junho é o mês do Orgulho LGBTQI+ - Crédito: Anna Shvets/Pexels
Junho é o mês do Orgulho LGBTQI+ - Crédito: Anna Shvets/Pexels
Foto: João Bidu

A famosa bandeira colorida - ou arco-íris - é o tipo de elemento que não passa despercebido. Suas cores intensas e variadas remetem aos sentimentos de alegria e orgulho, além de ser uma forte ferramenta de transmissão do vigor da vida que impulsiona o movimento LGBTQI+.

Atualmente, a bandeira já estampa, também, roupas, acessórios e objetos de decoração, porém, você sabe qual é a origem dela? Conheça a história por trás dela e entenda o significado da sigla LGBTQI+, que dá nome à comunidade colorida que celebra seu orgulho neste dia 28 de junho.

Significado da bandeira LGBTQI+

Até o ano 1978, não havia um símbolo sólido que pudesse representar com amplitude todos os aspectos que envolviam o "movimento gay" da época. Outros ramos da diversidade, como lésbicas, bissexuais e travestis, não se sentiam representados com a mesma importância dentro desse movimento. Então, faltava um elemento visual que unisse, com igualdade, as diferentes pessoas que participavam da luta pelos seus direitos.

Antes da criação da bandeira arco-íris, o movimento gay de antigamente utilizava o triângulo rosa como símbolo, durante as Paradas Gays, que ocorreram entre 1969 e 1977. Esse desenho foi criado pelos nazistas para identificar as pessoas homossexuais que estavam presas nos campos de concentração. Do mesmo modo que as roupas dos judeus levavam a estrela de Davi, nas roupas dos homossexuais era inserido o triângulo rosa. 

Mesmo que o símbolo, após o fim do nazismo, fosse visto como um elemento de luta, força e um lembrete da dor das pessoas presas nos campos de concentração, sua história de origem era muito densa para ser o elemento principal de um movimento tão cheio de vida e amor. Dessa forma, estava na hora de encontrar um novo símbolo que representasse a diversidade da luta e propagasse a alegria do movimento.

Os responsáveis pela criação da primeira bandeira colorida foram o designer e ativista Gilbert Baker e o político, ativista e gay norte-americano, Harvey Milk. No ano de 1977, Harvey foi eleito como supervisor da cidade de São Francisco e tornou-se o primeiro homem abertamente gay, na Califórnia, a ter um cargo público tão alto na política. Então, ele pediu que Gilbert elaborasse um símbolo unificador e positivo para o movimento gay.

O designer se inspirou nas faixas da bandeira dos EUA, nas cores da Revolução Francesa e, principalmente, na Bandeira da Raça Humana, utilizada pelos hippies em caminhadas pela paz, no fim da década de 1960. 

A primeira bandeira arco-íris era composta por oito cores para representar aspectos importantes que envolviam a formação do movimento:

Rosa - o sexo;

Vermelho - a vida;

Laranja - a saúde; 

Amarelo - a luz e/ou sol;

Verde - a natureza; 

Turquesa - a arte; 

Índigo - a serenidade;

Violeta - o espírito.

Devido a problemas com a produção da bandeira nas fábricas, atualmente o símbolo é composto apenas por seis cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. Porém, por ser um emblema que representa a união, existem confecções com outras tonalidades. Por exemplo, na famosa Parada Gay de São Paulo, em 2018, havia uma bandeira com as oito cores originais e mais uma faixa branca, representando a paz e a diversidade.

Infelizmente, pouco tempo depois da Parada Gay de 1978, evento em que o político Harvey Milk discursou sobre a primeira bandeira arco-íris, ele foi morto por Dan White, que ocupava o mesmo cargo político, mas que pregava uma ideologia conservadora. Dan também matou o prefeito de São Francisco e, no seu julgamento, seus atos foram considerados homicídios culposos; ou seja, sem a intenção de matar.

Dan White cumpriu pena de prisão por apenas cinco anos e toda a injustiça que envolve a morte de Milk e o julgamento pelos crimes tornou-se um amplificador da luta pelos direitos LGBTQI+ nos Estados Unidos e fortaleceu ainda mais a presença e a propagação da bandeira colorida, no país e no mundo.

Significado da sigla LGBTQI+

Assim como a bandeira arco-íris foi criada para unir as diversas orientações sexuais e identidades de gênero incluídas na luta, também era preciso criar um nome que abraçasse toda comunidade, que antes era apenas denominada como "gay".

Em 1994 ocorreu a primeira tentativa de ampliação da sigla e representação dos ramos sociais que integravam o movimento. Conhecida por GLS, seu significado é Gays, Lésbicas e Simpatizantes. Contudo, sua utilização não durou muito tempo, afinal, simpatizante é uma palavra que se encaixa a qualquer pessoa - até mesmo os héteros que apoiam o movimento - e, portanto, tira o destaque e a voz da comunidade central.

Algum tempo depois surgiu a sigla GLBT, que incluiu os bissexuais e os transgêneros. Porém, com a pressão feminina por mais protagonismo, uma vez que sua presença e lutas sofriam mais invisibilidade, o nome do movimento passou a ser LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros.

O nome foi aceito durante vários anos, até que chegou o momento em que não encaixava mais na ampla diversidade do movimento. Era preciso ter mais representatividade, pois essa é uma luta que o movimento trava contra os padrões considerados "normais" da sociedade. Então, houve o acréscimo dos elementos Q, referente às pessoas queer, o I, que representa os intersexuais e, muitas vezes, até o A, simbolizando os assexuados.

A sigla também passou a contar com símbolo de mais (+), para mostrar que há ainda mais gêneros e orientações sexuais - e que também devem ser respeitados.

A sigla mais atual significa o seguinte:

L - lésbica: mulher que se identifica com o gênero do seu corpo físico (cis) e sente atração sexual por mulheres;

G - gay: homem que se identifica com o gênero do seu corpo físico (cis) e sente atração sexual por homens;

B - bissexual: homens e mulheres cis ou trans que sentem atração sexual por ambos os gêneros;

T - travestis, transexuais e transgêneros: pessoas que não se identificam com seus órgãos sexuais de nascimento, que são relacionados com os gêneros feminino e masculino, e que fazem ou não a transição;

Q - questionando ou queer: pessoas que não se consideram parte dos padrões de gênero impostos pela sociedade e, assim, não sentem a necessidade de definir o gênero e/ou a orientação sexual;

I - intersexuais: pessoas que não são identificadas como feminino ou masculino em função das variações nos cromossomos ou na formação dos órgãos genitais;

A - assexuais: pessoas que não sentem atração sexual, ainda que possam estabelecer relacionamentos e/ou laços afetivos com pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo;

+ - representa todas as letras que se encaixam no movimento, que na versão extendida seria LGBTT2QQIAAP. Também é possível encontrar a versão mais curta como LGBTQIAP+, com a letra P representando os pansexuais - que sentem atração sexual por pessoas, independentemente de identidade de gênero ou orientação sexual.

João Bidu
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