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Perigosos amores modernos

4 mar 2020 - 09h00
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Tenho acompanhado pela mídia uma série de reportagens – dessas que aparecem de tempos em tempos – sobre namoros que tem seu início na internet.

Em geral essas reportagens aparecem com novas histórias exemplares e se comportam como se fossem uma grande novidade. Mas, comumente, se trata sempre de “mais do mesmo”.

Vamos, então, ao núcleo do problema: é perigoso?

Foto: iStock

Posso garantir que o perigo não está nas interações que se processam a partir de um primeiro contato em qualquer ambiente virtual (salas de bate-papo, aplicativos de encontro, possibilidades assim).

O perigo, longe de ser da ordem dos acontecimentos externos, está dentro mesmo, na camada psicológica e afetiva daquela pessoa que procura um relacionamento “sincero, com alguém bem intencionado, que deseje companhia estável, que valorize os afetos e pequenas coisas da paixão, que seja independente e capaz de fidelidade, que também se mostre solitário e romântico”.

Ah, mas, olha bem: quem não gostaria de ter essas pretensões atendidas e resolvidas? Quem resistiria a uma manipulação em torno desses assuntos cruciais, quando a pessoa com quem se mantém o diálogo se revela disposta a cumprir todas essas expectativas? Como não cair de paixão por algo tão perfeito?

É bastante fácil – e acompanhei isso em inúmeros atendimentos que fiz –, quando se tem tantas esperanças e tanta necessidade de entrega cair num grande engano, um famoso conto do vigário de nossos dias virtuais: o príncipe ou a princesa das redes sociais.

Há gente mal intencionada sobrando pelos teclados espalhados pelo mundo. Gente disposta a se aproveitar da fragilidade emocional decantada numa espécie de ingênua crença no amor verdadeiro, surgido como milagre, sem esforço ou cultivo.

É assim , não sem sofrimento e pena, que pessoas de boa índole acabam por se enrolar em relações duvidosas, portadoras, muitas vezes, de grande prejuízo.

Agora, se as pessoas controlam para não cair nessas “roubadas”, em relações virtuais que comprometam as medidas do real, aí não é perigoso. Todavia, quando o interlocutor conta tristes histórias, pede favores, ajudas, depósitos de dinheiro na conta, não adianta só desconfiar, o melhor mesmo é deletar.

Quer saber mais sobre o trabalho de Marina Gold ou entrar em contato com ela, clique aqui.

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Fonte: Marina Gold
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