Redes sociais x amor: como equilibrar essa relação?
Tempos difíceis esse de relações descartáveis, olhos na tela, mãos ocupadas digitando e pouco olho no olho, contato físico e relações reais. Parece um grande labirinto com pessoas insatisfeitas em busca de algo que preencham seus vazios internos e nada parece ser bom o suficiente. As redes sociais que vieram ajudar tanto parecem não contribuir […]
Tempos difíceis esse de relações descartáveis, olhos na tela, mãos ocupadas digitando e pouco olho no olho, contato físico e relações reais. Parece um grande labirinto com pessoas insatisfeitas em busca de algo que preencham seus vazios internos e nada parece ser bom o suficiente. As redes sociais que vieram ajudar tanto parecem não contribuir quando o assunto é relacionamento. Mas, tem solução?
Geração de pessoas indisponíveis
Expectativas criadas e que são logo frustradas por pessoas que se sabotam, que possivelmente tem medo da entrega ou da rejeição. Que desconhecem suas crenças em relação ao amor e pulam entre uma relação e outra numa busca contínua pelo par perfeito.
Cada vez mais surgem pessoas com corações feridos e histórias delicadas que o outro desconhece. Por isso, deveria existir um manual sobre como se relacionar nos dias de hoje. As pessoas estão perdidas, inseguras e muito, muito machucadas. Cabe lembrar aquela frase tão empática do Jung: "Ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana".
Redes sociais como aliadas
É de suma importância o uso da responsabilidade afetiva. Sendo claro (a) sobre seus interesses fica mais fácil escolher, ou não, embarcar na relação. Para casais, por exemplo, existem maneiras que facilitam esse processo: é importante escrever sobre tudo que gera desconforto em relação ao tempo e o uso das redes sociais, troquem suas folhas e depois conversem sobre: Alguns temas que estabelecem o diálogo: o que é possível alterar? O que é conversável (discutível)? O que não está disposto a abrir mão?
Os casais devem ter um "código de conduta" nas redes sociais que tenha o objetivo de amenizar as tentações. Lembrando que todos nós temos necessidade do EGO, de serem vistos, admirados e reconhecidos. Contudo, o uso da frase chavão: "não faça para os outros o que não quer que façam com você̂" é relevante no uso. É preciso se colocar no lugar do outro para compreender melhor suas necessidades.
Conexão entre o casal
Ao estarem juntos tentem se desconectar para conectar. É um hábito que precisa ser adquirido, caso contrário, logo, logo, vocês serão dois estranhos dividindo o mesmo ambiente. Quanto à privacidade, isso deve ser acordado entre ambos. Se decidirem não ter a senha, respeitem essa decisão. Se é confortável compartilhar, cuide para que sua função não seja vigiar e controlar. A confiança deve ser a base de um relacionamento e se seu (sua) parceiro (a) não tem bom senso e continua agindo de uma forma desrespeitosa com o uso que faz das redes sociais, vale repensar se é com essa pessoa que você merece estar.
Evite a comparação
Tente evitar ao máximo comparar seu relacionamento com o que os outros postam nas redes sociais - pois, muito do que é postado é cenário. Cada um mostra o que quer e, nem sempre, é a realidade. A grama do vizinho só parece mais verde porque você está olhando por outro ângulo.
Relacionar-se em tempos de Redes Sociais requer muito autoconhecimento, autoconfiança, autoestima e diálogo para que possa preservar a sua saúde mental e cuidar do que é essencial. Não perca tempo querendo controlar o que o outro faz ou deixa de fazer nas redes. Gaste seu tempo, investindo em você mesmo (a).
Texto: Alessandra Assis é psicóloga, especialista em relacionamentos