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Ritmo: um dos princípios que rege o Universo

24 nov 2018 - 09h00
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Vamos a mais um princípio hermético, agora tentar entender o princípio do ritmo. Nesse princípio encontraremos a verdade que nos diz que tudo está em movimento, de um lado para outro, um fluxo e um refluxo, um movimento para frente e outro para trás, para cima e para baixo, como um grande pêndulo, que se manifesta nos três planos: o físico, o mental e o espiritual.

Esse princípio nos remete à certeza de que a vida é uma grande roda, na qual nos encontramos atados.
Esse princípio nos remete à certeza de que a vida é uma grande roda, na qual nos encontramos atados.
Foto: iStock

Pare um minuto e foque sua consciência no ar que entra e sai de seu corpo: há um movimento de inspiração e outro de expiração, acompanhados de um movimento de pausa quase imperceptível. Perceba a diferença entre um e outro, observe como seu corpo cresce, expande quando o ar entra nele e como se contrai quando o ar o deixa.

Existe uma diferença entre os dois movimentos e uma similaridade ao mesmo tempo, pois um não existiria sem o outro; são complementares.

Tudo no Universo se manifesta através de ciclos, tudo chega ao seu ponto máximo e logo começa sua vibração para baixo. Todas as coisas nascem, crescem e morrem. Esse princípio nos remete à certeza de que a vida é uma grande roda, na qual nos encontramos atados. Em um momento somos levados para cima e encontramos o ponto máximo de vibração, alegria, bem-estar e felicidade. Em seguida, começamos o movimento descendente e nossa energia começa a mudar de vibração.

Você certamente conhece o momento da descida, da queda, quando parece que tudo acontece ao mesmo tempo, sem termos sequer a oportunidade de parar, respirar e compreender o que está acontecendo. Mas parece que nada pode deter essa roda. Essa é uma das grandes Leis da vida. A noite vem depois do dia e o dia depois da noite. As marés da vida vão e vêm num movimento constante, cumprindo seu Plano.

Existe uma outra lei, que se chama lei da neutralização.

Imagine que uma pessoa está limpando o chão e precisa limpar bem onde você se encontra. Você precisa elevar seus pés para que ela possa continuar limpando. Elevamos nossos pés e deixamos a sujeira passar por debaixo de nós.

Quando aprendemos a nos elevar e deixar a sujeira passar por debaixo de nós, a consciência não é atingida; existe uma recusa e uma negação em participar da vibração descendente. O entusiasmo é seguido da depressão, a fartura da perda, a coragem do medo, a alegria da tristeza e assim por diante. Quando caímos em profunda depressão, podemos certamente, esperar em seguida o entusiasmo. Se perdemos tudo, estamos perto da virada da roda e logo podemos experimentar momento de ganho e fartura. Se estamos tristes, esperamos a alegria e assim seguimos quando nos encontramos inconscientemente atados à roda.

No entanto, quando começamos a compreender esse maravilhoso princípio podemos, com algum trabalho, encontrar a Chave Mestra dentro de nós. Essa chave nos permitirá encontrar uma forma de dominar esses movimentos inconscientes de emoções e com o despertar e o desenvolvimento da consciência, podemos evitar sermos levados por esses fluxos da vida — deixamos de estar à mercê dos acontecimentos. Certamente não podemos imobilizar a roda, nem tampouco nos desatar dela, pois esse é o nosso destino, nossa necessidade como seres humanos. Mas podemos escapar de seus maiores efeitos.

Há ainda uma outra Lei que opera juntamente a esse princípio: é a lei da compensação.

O Caibalion, livro de ensinamentos do qual foram extraídos esses princípios e que aconselho a todos ler, nos diz: “À medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação”.

Essa lei nos ensina que o movimento em uma direção determina o movimento numa direção oposta. Essa lei nos lembra a lei da física que diz que “toda ação provoca uma reação igual e contrária”. Os hermetistas ensinam que nossos estados mentais estão sujeitos a essa mesma lei. Uma pessoa de temperamento muito intenso, por exemplo, sentirá o prazer num grau elevado, mas também o sofrimento. 

A capacidade de sentir é contrabalançada, ou seja, é compensada por cada sentimento.

Mas uma ótima notícia para os mais pessimistas: dizem os hermetistas que o negativo é procedente do positivo, ou seja, se estou vivendo um momento de muito sofrimento, é certo que vou experimentar momentos de grande prazer, pois o prazer é um movimento rítmico, ou seja, nunca vou experimentar maior sofrimento do que o anteriormente experimentado, nesta vida ou numa precendente. 

E assim seguimos todos nós caminhando nesta roda da vida, imbuídos e embebedados pelas grandes e sábias leis que regem nosso Universo.

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Fonte: Eunice Ferrari
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