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Jovens abraçam fluidez e fetiches, mas preferem monogamia

Pesquisa com usuários de app de encontros mostra mudanças de atitudes entre gerações

5 set 2024 - 09h03
(atualizado às 13h36)
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Geração Z está mais aberta à fluidez sexual e de gênero
Geração Z está mais aberta à fluidez sexual e de gênero
Foto: iStock / Jairo Bouer

Como pessoas de diferentes gerações lidam com experiências sexuais "diferentes" das tradicionais ou com fetiches? E será que as novas gerações estão, mesmo, mais abertas a explorar novas atitudes em relação ao sexo, à identidade de gênero e aos relacionamentos?

Responder às questões acima foi o intuito de uma pesquisa realizada com usuários do Feeld, um aplicativo de encontros para casais "curiosos", interessados em desafiar scripts de gênero e de relacionamento. Ou seja: não reflete a população como um todo, mas revela que mesmo quem concretizar suas fantasias sexuais tem visões diferentes dependendo da sua idade.

O trabalho foi feito em colaboração com o pesquisador Justin Lehmiller, do Instituto Kinsey, nos EUA, que tem realizado pesquisas sobre sexualidade há mais de 75 anos. Os resultados, divulgados no Dia Mundial da Saúde Sexual (4), mostram como pensam 3.310 integrantes do Feeld de 18 a 75 anos de idade, de 71 países diferentes, sendo a maioria (59,7%) dos EUA.

Do total, 65,3% dos participantes se identificam como homens, 25,7 como mulheres, e 9% como não binários, trans ou de outros gêneros. Além disso, 42% se declaram heterossexuais; 15% heteroflexíveis; 15% bissexuais; 8% pansexuais; 7% queer; e 13% de outras orientações.

O relatório conclui que a Geração Z está, como já indicavam outros estudos, redefinindo a sexualidade e os relacionamentos, abraçando identidades fluidas e reimaginando as estruturas tradicionais de relacionamento. Segundo Lehmiller, o contraste é visível em relação às gerações anteriores (Millenials, X e Boomers).

Veja, a seguir, as principais descobertas do trabalho em relação a alguns temas:

Monogamia 

- Apesar da percepção comum de que a Geração Z está se afastando das estruturas tradicionais de relacionamento, a monogamia emerge como o estilo de relacionamento mais preferido: 23% dos integrantes da Geração Z do Feeld preferem a monogamia, enquanto apenas 15% preferem um relacionamento não monogâmico

- Isto contrasta com os Millennials e a Geração X, para os quais a não monogamia ética é favorecida por 24% e 27%, respectivamente.  Já a monogamia é preferida por 16% dos Millennials e apenas 9% da Geração X. 

- 27% dos Boomers preferem amigos "com benefícios", em comparação com apenas 12% que preferem a monogamia. 

- 81% dos jovens da Geração Z fantasiam sobre monogamia, sendo que 44% fantasiam frequentemente—quase o dobro das gerações mais velhas.

Fluidez sexual e de gênero 

- 59% dos integrantes da Geração Z no Feeld relatam uma identidade sexual diferente de heterossexual, enquanto 18% se identificam como diversos em termos de gênero. Esses números são significativamente maiores que as médias nacionais relatadas por Gallup e Pew, nos EUA, onde quase 1 em cada 5 adultos da Geração Z se identifica como LGBTQIA+. 

- os integrantes do Feeld demonstram uma fluidez significativa em identidades sexuais e de gênero, sendo que 10% dos jovens da Geração Z relataram uma mudança em sua identidade de gênero desde que se juntaram ao aplicativo, e 18% relataram uma mudança em sua identidade sexual. 

- a tendência acima se alinha com outras descobertas do Instituto Kinsey, que indicam que as gerações mais jovens estão cada vez mais abertas a explorar e redefinir suas identidades ao longo do tempo.

Exploração de fetiches 

- 55% dos jovens da Geração Z no Feeld descobriram um novo fetiche desde que se juntaram ao aplicativo, tornando-os a geração mais exploratória nesse aspecto.  Em comparação, 49% dos Millennials, 39% da Geração X e 33% dos Boomers relataram descobertas semelhantes. 

- essa tendência reflete uma pesquisa mais ampla que mostra que a Geração Z está liderando o aumento do interesse por fetiches e BDSM. Ao todo, 56% dos jovens da Geração Z relataram fantasias de BDSM, em comparação com apenas 12% dos Boomers.

Para Lehmiller, os dados dos integrantes do Feeld oferecem um vislumbre fascinante de como a Geração Z está redefinindo os relacionamentos:

Sua abertura para explorar formas mais fluidas de ser, combinada com uma afinidade inesperada pela monogamia, sugere uma geração que está simultaneamente desafiando e abraçando a tradição." 
Jairo Bouer
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