Lingeries no pós-parto: qual calcinha e sutiã devo escolher?
A preferência deve ser por itens de tamanho maior e sem detalhes que incomodem. Veja que outros cuidados tomar e uma seleção de peças lindas!
Com as transformações do corpo durante a gestação, já é esperado que a grávida tenha que dar uma reformulada em seu guarda-roupa para acomodar seu corpo atual. O que nem todo mundo lembra é que mesmo depois de ganhar o bebê a mulher não retoma imediatamente às peças que usava antes da gravidez - pelo menos, quando o assunto são as lingeries.
E em um período marcado por mudanças hormonais, puerpério e o corpo se adaptando à este momento, onde cicatrizes e lacerações do parto podem se fazer presentes, a palavra-chave é conforto.
Para te ajudar a pensar em calcinhas e sutiãs que te façam sentir bem e segura, conversamos com especialistas para buscar as melhores opções para essa fase. Confere só:
Qual modelo e tecido certo da calcinha?
No pós-parto a mulher passa por um período de recuperação. "Ela estará inchada (edemaciada, na linguagem médica) e passando por uma acomodação dos órgãos internos, que foram afastados por conta da presença do útero, e agora voltarão para o local normal", explica a ginecologista e obstetra Carolina Curci.
Na hora de escolher a calcinha, a médica recomenda que as mães optem por uma numeração maior do que a que estão acostumadas a usar e que tenham, pelo menos, três ou quatro peças mais folgadinhas para este período.
Em relação ao tecido, o ideal é escolher as confeccionadas com algodão ou de malha, porque deixam o ar circular melhor na região íntima e facilitam a regeneração. "A cicatriz da cesárea é mais para baixo, então indico usar uma calcinha que ultrapasse a altura do corte e evitar tecidos sintéticos, para não abafar e prejudicar a cicatrização", aconselha Carolina.
Calcinha absorvente: vale a pena?
O que não faltam no mercado são modelos de calcinhas absorventes, em vários tipos e tamanhos. Elas não são obrigatórias no puerpério - quem não se adaptar ou preferir usar roupas íntimas tradicionais, a dica é que tenha boa sustentação (mas sem apertar) para evitar que o sangramento vaze para a roupa.
Mas em termos de segurança, as peças com absorvente embutido são ótimas alternativas. "Para o pós-parto imediato, recomendo usar as geriátricas se estiver com medo do sangramento e se observar que o fluxo está muito intenso. Avalie qual calcinha prefere - se é, por exemplo, a tipo "fraldinha", que tem elástico mais largo e é descartável", comenta a obstetra.
Cuidado com as cintas no pós-parto!
Muitas pessoas acreditam que o uso da cinta pode oferecer mais segurança para as mães se locomoverem depois da cesárea e até para ajudar nas dores nas costas, mas sua função é limitada e os especialistas não costumam recomendar o seu uso rotineiro. "A cinta não ajuda os órgãos a voltarem ao lugar ou faz perder peso e flacidez mais rapidamente", alerta o obstetra da Clínica Mater Prime, Rodrigo da Rosa Filho.
E se ela for rígida demais, pode até causar problemas para a saúde da mulher futuramente. " A cinta pós-parto, se for muito apertada, aumentará a pressão intra-abdominal, que geralmente acaba sendo direcionada ao períneo e favorece uma incontinência urinária mais para frente - independente de qual foi o tipo de parto", complementa a ginecologista Carolina.
Qual o melhor tipo de sutiã?
Se você comprou um lindo sutiã na época da gestação achando que poderia aproveitá-lo no puerpério, vamos te dar a triste notícia de que provavelmente ele não servirá, por conta do aumento das mamas. "Antes de amamentar , recomendo comprar poucas peças e de vários modelos, porque não se sabe qual tipo irá gostar mais", orienta a médica.
As principais funções devem ser dar suporte e sustentação, então o ideal é escolher sutiãs com alças e a parte lateral mais largas, para suportar o peso. Para garantir conforto, Carolina também indica que as mulheres procurem tecidos macios ao toque e evitem fechos, lacinhos ou apliques que podem incomodar.
"Os com abertura frontal facilitam bastante para amamentar sozinha, porque dá para segurar o bebê com uma mão e com a outra tirar o gancho do sutiã e ofertar a mama", lembra ela. Caso a mãe observe que, depois de retirar a peça, a pele ficou marcada ou vermelha na região das alças laterais ou dos ombros, deve trocar com urgência por um tamanho maior e mais confortável.
Além disso, algumas lojas têm o serviço bacana de realizar a medida das costas e do busto da mulher, o que facilita bastante. Já se a compra for online, principalmente agora na pandemia, deve-se tirar as medidas em casa, tomar cuidado com o tecido e tamanho e evitar os meia-taça.
Perigo: sutiã úmido de leite
Os sutiãs de amamentação, com abertura frontal individual, fazem sucesso pela praticidade, tanto para dar os seios ao bebê quanto para extrair o leite com a bombinha. "Alguns abrem na altura da auréola, você conecta a bomba manual ou elétrica, e fica com as mãos livres (chamamos de hands free ). É um dos modelos que mais se usa", conta a obstetra.
Apesar dos benefícios, esse tipo de lingerie exige cuidados, pois o leite materno é cheio de nutrientes para o pequeno - mas também para alimentar os microorganismos. "A mulher deve observar quando o sutiã estiver vazando muito ou úmido e trocar com frequência, para evitar a proliferação de bactérias, que podem causar infecção nas próprias mamas", esclarece a obstetra.
Usar os produtos disponíveis no mercado também é uma estratégia interessante - aproveitando as conchas, protetores e absorventes de seio, por exemplo. " Basta fazer o uso correto, trocando certinho, que não haverá complicação", finaliza Carolina.