Enxaqueca está relacionada à adaptação do corpo ao frio
A OMS afirma que a enxaqueca é a sexta doença mais incapacitante do mundo
Por muito tempo as pessoas acreditaram na hipótese da enxaqueca ser uma doença hereditária. Entretanto, pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na cidade alemã de Leipzig, apontam que o elo pode ser mais antigo do que imaginavam.
Um estudo liderado pelo cientista Felix-Michael Key, pesquisador em genética evolucionária do Instituto Max Planck, descobriu que uma mutação genética que tem relação conhecida com a enxaqueca é muito mais comum em pessoas da Europa ou descendentes de europeus.
Segundo a pesquisa, a enxaqueca e certas mutações são mais frequentes em algumas regiões e latitudes geográficas. Isso foi notado durante um estudo dos padrões do gene TRPM8, receptor nas células nervosas através do qual os seres humanos sentem as temperaturas frias.
Após ser feito uma retrospectiva de dados do genoma durante dezenas de milhares de anos, o estudo constatou que a mutação genética ligada à enxaqueca é mais frequente quanto mais se avança para o norte, em direção a climas mais frios.
De acordo com as descobertas de Key, cerca de 5% das pessoas com ancestrais nigerianos têm a variação do gene, sendo que 88% das pessoas com ancestrais finlandeses a possuem. Dessa forma, os dados do estudo sugerem que quando os primeiros humanos viajaram da África em direção ao norte, eles tiveram que lidar com temperaturas mais frias, mas ao se ajustarem, também se tornaram mais suscetíveis a enxaquecas.
Conforme Felix-Michael Key, os resultados não esclarecem a ligação genética da enxaqueca com temperaturas frias.
O que é enxaqueca?
A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). Ela se caracteriza por uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de fotofobia e fonofobia, náusea e vômito. A duração da crise varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças. Veja 5 nutrientes que podem combater a enxaqueca, clicando aqui.