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Zika vírus pode ajudar no tratamento do câncer, diz Unicamp

Pesquisa comprovou que o vírus consegue matar as células cancerígenas no cérebro sem afetar as células saudáveis

12 jan 2018 - 12h43
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Um estudo realizado pela Unicamp comprovou que o zika vírus pode ser um grande aliado no combate ao câncer, uma vez que o vírus destrói as células do cérebro de fetos, graças a sua rápida proliferação. Partindo desse raciocínio, pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp notaram que esse efeito poderia se reproduzir contra as células cancerosas, que têm um comportamento parecido.

Então, foi realizado um teste em laboratório, em que células com glioblastoma, um tumor maligno de cérebro muito comum e extremamente agressivo, foram infectados com o zika vírus. Depois de apenas 24 horas, 50% das células tumorais tinham morrido e as células saudáveis não foram afetadas. "Ele (zika vírus) protegeria as células normais do adulto, mas eliminaria apenas as células do câncer, tornando assim mais específico do que um tratamento comum como quimioterapia", explicou a pesquisadora Estela de Oliveira Lima ao G1.

A pesquisa mostra que o zika vírus, ao se juntar com a célula cancerígena, resulta na produção de digoxina, um agente que regula a penetração de outras substâncias dentro das células. Com a infecção do vírus nas células do câncer, houve um aumento da digoxina, como resultado do sistema de defesa do corpo agindo.

Por sua vez, esse aumento da digoxina gera um desequilíbrio que destrói a célula. "É possível desde uma terapia com o vírus até mesmo uma vacina para tratamento do câncer no cérebro", afirma o professor de ciências farmacêuticas da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino, ao G1.

"Os pesquisadores conseguiram resultados, de fato, muito bons. Ainda que seja um modelo experimental em cultura de célula, o resultado é bem surpreendente. Então, ele pode apontar para alguns caminhos a serem seguidos", conta Adrialdo José Santos, chefe neuro-oncologia da Unifesp.

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