Grifes fazem passado e presente desfilar juntos no SPFW
Dois desfiles do São Paulo Fashion Week desta quinta-feira (17) fizeram o passado desfilar de mãos dadas, mas com olho no futuro. Seja em desconstruir e reconstruir peças do acervo, seja usar a expertise de sempre em looks de tirar o fôlego. Ou até emprestar tal expertise de roupas femininas para serem desfiladas por homens.
Foi assim como Fernanda Yamamoto e Lino Villaventura. Ambos com história fashion tão próprias que se confundem com o evento.
A primeira pegou 450 roupas desfiladas desde 2010, sua estreia no SPFW, e chamou uma equipe de designer e colaboradores para, juntos, criarem as 32 peças mostradas na passarela, que contou com a presença de Bárbara Paz e Ícaro Silva, ao som de Chico César como regente do Coral Jovem do Estado de São Paulo. A modelo Daiane Conterato, aniversariante do dia, foi um destaques com modelo amplo e colorido.
Nos desfile, volumes, plissados, rebordados, feltragem, alfaiataria, capitonê e o shibori (técnica de amarração japonesa) construíam as peças feitas com retalhos de outras. Fernanda conta que ficou surpresa quando um único casaco foi construído com 11 outros vestidos.
Lino Villaventura trouxe seus plissados e nervuras que faz tão bem, acrescentando elementos como uma série de saias masculinas, no início, e outras vestimentas do repertório feminino desfiladas por homens. Não são mais experimentações de passarela, mas a nova realidade que, queiram alguns ou não, está cada vez mais tomando conta do estilo, sem amarras. Não para ir a trabalhos e eventos formais, claro, mas para quem tem ousadia para tal.
E não faltaram, como está sendo praxe nesta edição, modelos veteranas, como Marina Dias e Vivi Orth, com as lindas peças de luxo, feitas em técnicas de moulage por Lino Villaventura. Em bordados coloridos, em látex vermelho, em dourado ou prata, looks que toda mulher sonha para se sentir uma diva. Lino sempre reinventando seu passado.