Administradora é dona de empresa de chuva artificial
Michelle Achkar
O assunto aqui passa longe de uma expressão de linguagem ou superstição. A administradora Majory Imai, 41 anos, com especialização em marketing e design, está à frente de uma empresa que faz chover artificialmente, a Modclima, integrante do Cietec, Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, a maior incubadora de empresas do Brasil.
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"Desenvolvemos um processo de produção de chuvas artificiais totalmente limpo e ecologicamente correto que utiliza aeronaves e radares adaptados. Esse processo consiste em semear água nas nuvens com potencial para chuva. A técnica estimula o processo de crescimento da gota de água nas nuvens, precipitando-as", disse a diretora de planejamento da empresa, criada em 2007, em sociedade com o irmão.
As pessoas ficam surpresas quando perguntam em que ela trabalha. "Existem várias reações. Normalmente as pessoas acham que não escutaram direito e vem aquele famoso 'hã?', e depois as opiniões se dividem. Uns acham que sou louca e outros ficam logo maravilhados. Mas todo mundo fica muito curioso em saber como funciona. É bacana", afirmou Majory.
O lado empreendedor e a ideia para o negócio vieram do pai, engenheiro que acreditava na criação de uma tecnologia semelhante. A produção de chuvas artificiais é desenvolvida desde 2001 em parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Em 2005, a tecnologia ganhou prêmio em um simpósio internacional sobre a água na cidade francesa de Cannes.
As chuvas artificiais têm contribuído para o enchimento das represas que abastecem quase 20 milhões de pessoas que moram na Região Metropolitana de São Paulo e também têm aplicações no aumento da geração de energias em usinas hidrelétricas, redução da poluição do ar em grandes centros urbanos, garantem água para manutenção de plantações, ajudam a prevenir incêndios em reservas e parques com a umidificação em tempos de seca, recuperação de solos e vegetação e fornecimento de água a regiões de seca.