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Festa de empresa não é palco para extravagâncias

9 dez 2009 - 09h19
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Michelle Achkar

Extravagância na festa de empresa pode detonar um ano de trabalho
Extravagância na festa de empresa pode detonar um ano de trabalho
Foto: Getty Images

Todo mundo conhece as regras de etiqueta, mas difícil o evento de empresa em comemoração ao fim do ano que não renda histórias que vão virar o 'assunto' no dia seguinte. Algumas ficam registradas até no próximo ano. Para a consultora de etiqueta Célia Leão, essas reuniões ainda são marcadas pelos excessos. "De bebida, de comida, de animação...", disse a consultora. "Adoro feijoada, mas não vou comer um panelão, então não encha o caneco. É horrível acordar com ressaca, tanto por excesso de bebida como por mau comportamento."

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Para o profissional, a ressaca pode render desde piadas internas até um estereótipo que carregará durante toda vida profissional naquela empresa. "Encerre o ano de um jeito bonito. Pois uma cena ruim desfaz todo o trabalho dos últimos 12 meses. Excessos colocam a imagem em perigo. Depois não adianta pular onda e comer lentilha", afirmou Célia.

Informalidade

"Não dá para extrapolar. Você está num palco. Tem muita gente querendo seu bem e muita gente querendo seu mal", afirmou a consultora de etiqueta empresarial Renata Mello. Ela aponta o excesso de informalidade, tanto nas atitudes como nas roupas como outros problemas ainda muito freqüentes nas confraternizações entre profissionais. "Pode acontecer quando se tem acesso a pessoas que antes ficavam presas numa sala e se descontrai em excesso", disse.

Quanto às roupas, quanto mais informal for o evento, mais riscos de errar no look. "Principalmente se a reunião acontece em algum lugar ao ar livre, como um sítio, piorando se tiver piscina. Aí é a hora que a mulher que faz ginástica decide mostrar o corpão ou aqueles que têm tatuagem aproveitam para exibi-la."

Família

O modelo de reuniões em sítio, por exemplo, tem servido de opção para empresas que querem evitar os excessos de um happy hour e promovem days-off, junto com as famílias dos profissionais.

Neste caso, os problemas envolvem outras pessoas, além do funcionário. "Não é hora de a mulher se mostrar gatinha e usar roupas muito sensuais para não fazer do marido personagem de piadas. Ou se o filho não sabe se comportar, é melhor avaliar se ele deve ir junto", afirmou Renata Mello.

Já os colegas devem ficar atentos para não criar problemas do outro lado. "Se pessoas que trabalham juntas demonstram um comportamento afável na frente de um companheiro ciumento, essa proximidade pode incomodar e gerar desentendimentos", disse a consultora.

Problemas

Outra recomendação de Renata é não usar o evento para resolver problemas gerados no ambiente de trabalho, nem acertar rivalidades. "Quando chegar a festa no próximo ano, as pessoas vão relembrar e o assunto voltará à tona."

Assim como os mais saidinhos podem ser foco de comentários maldosos dos colegas, os mais discretos podem ser chamados de antissociais ou chatos. A recomendação é: não se deixe levar pela opinião dos colegas e respeite seu estilo. "Esses que são considerados sem-graça, provavelmente já caminharam dentro da empresa, os outros devem seguir reclamando sem saber o que acontece com eles", afirmou Célia Leão.

Diversão

Apesar das dicas acima, as especialistas são categóricas em afirmar que as festas de confraternização não devem ficar com cara de reunião de trabalho. "Elegância está atrelada ao equilíbrio", afirmou Célia . O equilíbrio sugerido pela consultora não significa falta de diversão. "Vale contar piadas, se jogar no karaokê, é uma delícia, claro! Se gosta de dançar, pode se acabar de dançar, mas nunca 'na boquinha da garrafa' ou ficar rebolando, pois os colegas só vão conseguir se lembrar daquilo", disse.

Chefe

Para os chefes, a dica é encarar os encontros como um momento de confraternizar. Não é hora de fazer discursos cobrando ou falando de trabalho.

Aliás, os chefes não estão isentos das recomendações das especialistas e têm papel fundamental no comportamento dos demais. Para alguns, quem dá a medida da festa ou do exagero é o próprio. "Se ele soltar a franga, está autorizando a equipe a fazer o mesmo", disse Célia. Mas tal comportamento é condenado pelas consultoras. "Ser chefe não dá o direito de fazer o que quiser. Deveria dar bom exemplo e não mau", afirmou Renata.

Mesmo assim, não se esqueça de tudo o que já leu até agora. "Lembre-se sempre de que ele já chegou lá e você não", disse a consultora, que concorda com Célia. "Esse chefe teve a chance dele em um outro momento, mas o funil está ficando cada vez mais estreito."

Se um colega estiver cometendo deslizes, o melhor é avisar. E se o problema for embriaguez, Célia sugere tirá-lo da festa. "Percebemos quem são os amigos nessa hora. Se alguém passar dos limites, sugira que vá embora."

"Não se deve escorregar nessas horas. Se quiser descontrair mais, faça uma pequena reunião com seus colegas mais próximos", sugere Renata.

Fonte: Especial para Terra
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