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Internet, cafezinho, happy hour: saiba se comportar no trabalho

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Danielle Barg

Sair para tomar um cafezinho e aproveitar para contar a última saia justa com o chefe; exagerar na mesa do bar no happy hour ou chegar atrasado em uma reunião importante. Muita gente já se viu em situações como essas e, até certo ponto, elas são consideradas normais do ponto de vista gerencial.

No entanto, manter uma imagem certa e garantir seu lugar no mercado não é tarefa simples. É preciso estar atento para não cometer excessos e acabar comprometendo a própria imagem por conta de erros banais. O Terra conversou com especialistas da área corporativa, que listaram alguns erros comuns que muitas pessoas derrapam. Confira e previna-se.

Facebook, MSN e outras coisas irresistíveis

Com tantas coisas interessantes acontecendo no mundo virtual, fica difícil não dar uma escapadinha para uma conversa no MSN ou uma conferida no Facebook. No entanto, a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Leyla Nascimento, recomenda moderação para evitar constrangimentos. "Ter acesso às midias sociais é uma prerrogativa que a empresa dá e cabe aos funcionários utilizar de forma que não atrapalhe as suas atividades", ressalta.

Vale lembrar que muitas empresas monitoram as ações do funcionário. "Os recursos são para uso da empresa, não para uso particular. Então, qualquer minuto gasto no MSN em caráter particular é um minuto que alguém está pagando essa conta", observa Dino Mocsányi, consultor empresarial e mentor do portal Consultores .

Atrasos em reuniões

Este é um tipo de comportamento pouco tolerado pelos chefes. Para não ter a imagem arranhada na empresa, é bom acertar o relógio. De acordo com Leyla, o atraso representa descaso do funcionário com o desempenho da empresa e com os gestores. "As reuniões são oportunidades de compartilhar conhecimento e decisões e também de conhecer o que a empresa espera de determinadas metas e estratégias", explica.

Pedir feedback ao chefe em excesso

De acordo com Viviane Gonzalez, diretora da Business Partners Consulting, o funcionário que sente uma necessidade muito grande de saber a opinião do chefe sobre o seu próprio desempenho, pode acabar se queimando. "Feedback a todo momento se torna exagerado e cansativo. A periodicidade do feedback varia de empresa para empresa, porém, é importante que seja dado apenas quando relevante", reforça.

Esticando a hora de almoço

Segundo Leyla, este tipo de atraso não é necessariamente intolerável, mas pode ser mal visto até mesmo pelos próprios parceiros de equipe. "É preciso ter cautela e ser transparente nos atrasos e nos motivos, justificando ao seu líder. Quando um funcionário atrasa, sobrecarrega o seu próprio colega de trabalho", conclui.

Reclamar de um parceiro de trabalho com o chefe

"Tente resolver com o seu parceiro de trabalho, sem levar ao chefe. Leve em consideração o real motivo de sua reclamação e, caso seja realmente impossível resolver a questão com seu colega, o assunto pode ser levado ao seu superior", recomenda Viviane.

Conversinhas no café

"Todo mundo precisa do momento do cafezinho", explica o consultor Dino. "O problema é fazer deste ambiente o centro da fofoca". Ele reitera que as pessoas podem sim sair duas ou três vezes por dia para espairecer e falar um pouco da sua vida pessoal. Mas a frequência muito grande não é indicada e, muito menos, como um lugar para falar de coisas que dizem respeito ao trabalho, com tom pejorativo.

Fumódromo

Muitas empresas proíbem que os funcionários fumem nas áreas internas, ainda que estas sejam abertas. No entanto, algumas pessoas têm necessidade fisiológica de fumar. Segundo Dino, a postura é tolerável desde que a pessoa saiba medir o limite do tempo que fica fora fumando, e não transforme o momento em uma desculpa para ficar jogando conversa fora. "De qualquer forma isso significa a ausência do ambiente de trabalho", reforça.

Descumprimento de prazos

Todo mundo é passível de erros, dias menos produtivos ou falta de atenção. Mas o descumprimento de prazos pode demonstrar falta de organização e de comprometimento segundo explica Viviane. "Caso a situação vire hábito, seu trabalho pode entrar em descrédito, o que pode comprometer futuras entregas", pontua.

Impressora, telefone e outros

Segundo explica Leyla, há empresas que tem normas onde permitem certo tempo e disponibilidade de servidor para dowloads de assuntos importantes para os seus colaboradores, "uma vez que ela reconhece que ele passe a maior parte do tempo dentro da organização". Mas ela lembra: "cabe a este colaborador entender que este benefício não poderá prejudicar a empresa", reforça.

Se jogando no happy hour

Segundo Dino, é preciso limites para não confundir a postura particular com profissional. "No happy hour, há uma quebra no limite da intimidade, mas você deve se lembrar que ainda está no ambiente profissional, mas em um momento de lazer", reforça. Para não se envolver em fofocas ou dizer algo que não devia e só se lembrar no dia seguinte, o consultor indica: "se o nível baixar muito, o melhor que se tem a fazer é dar um 'boa noite' geral e ir embora".

E-mails carregados de erros

A pressa muitas vezes faz com que até mesmo uma simples revisão de e-mail seja adiada. Mas os chefes estão de olho, segundo Dino, e a prática pode refletir falta de atenção ou até mesmo de cultura. "Dá a ideia de que a pessoa é desleixada. Além disso, o funcionário tem que pensar que este e-mail pode ser encaminhado para outras pessoas, comprometendo ainda mais a sua imagem", reforça.

Bagunça na mesa de trabalho

Cada pessoa tem um jeito de se "achar" na sua própria bagunça: enquanto alguns são mais metódicos, outros se organizam em meio ao caos. No entanto, é preciso saber o quanto isso impacta na imagem. "A organização do local de trabalho tem a ver também com organização mental", indica o consultor Dino. Na opinião de Viviane, a situação passa dos limites quando a falta de organização atrapalha a agilidade e o desenvolvimento do trabalho. "A partir daí, passa a chamar a atenção de maneira negativa", ressalta.

Modo de se vestir

Segundo Viviane, essa questão varia de acordo com a empresa. "Você deve se vestir como a maioria dos outros funcionários, respeitando os padrões adotados mesmo que informalmente. Sua roupa não deve ser o centro das atenções. Uma decisão errada sobre a maneira de se vestir começará a atrapalhar quando começarem a falar mais da sua roupa do que do seu trabalho", avalia.

Excesso de faltas

É compreensível que existe vida além do trabalho, logo, pressupõem-se que imprevistos vão ocorrer e o funcionário terá que se ausentar excepcionalmente. Mas quando a prática vira um hábito, começa um problema. "Demonstra descaso ou ausência de motivação pelo trabalho na empresa. Esse é um sinalizador de que o funcionário quer ser desligado da organização", observa Leyla. Para Viviane, o indicado é conversar sempre com o gestor. "Se a empresa for flexível, há diversas maneiras de conciliar questões pessoais com profissionais. Tentar antecipar as férias, por exemplo, pode ser uma solução para o problema", indica.

Reclamar do chefe com os pares diariamente

Falar mal do chefe é algo muito comum entre colegas de trabalho, mas até que ponto este comportamento pode comprometer o desempenho do funcionário? De acordo com Viviane, as reclamações pontuais são toleráveis, mas o ideal, sempre, é a sinceridade. "A transparência nas relações é fundamental", ressalta.

A linha que separa os comportamentos toleráveis com os que são abominados pelos chefes é bem tênue; confira dicas e evite a saia justa
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Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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