Conselho de Unicórnio
Empresária chega ao topo sem babá. Dá pra acreditar?
Conheça as dicas de Cristina Junqueira para conciliar o sonho da maternidade e do sucesso na carreira.
Você sabe o que é um unicórnio? Não, não estou me referindo a aquele cavalinho colorido que leva um chifrinho na testa e voa. Estou falando do termo da moda no empreendedorismo. Tão raro de se ver quanto o tal personagem que nossos filhos adoram.
Unicórnio é como se designam as startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares. Parece o tal pote de ouro inalcançável no final do arco-íris, não? Mais ou menos. Afinal, ele existe! No Brasil, até o momento temos três unicórnios: a PagSeguro, a 99 Taxi e, na Semana Internacional da Mulher, a Nubank alcançou esse patamar.
E porque a referência ao dia da mulher? Porque uma das fundadoras do Nubank, Cristina Junqueira, uma é mulher. E mais do que isso: criou o negócio quando estava grávida. Ela brinca que a filha, Alice, é irmã gêmea do Nubank. Para esta mãe e empreendedora, resta se dividir entre seus dois "bebês". Afinal, o que é uma empresa senão um filho que, para se criar forte e saudável, exige atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana?
No começo foi hardcore! A Alice nasceu numa quarta-feira. Na maternidade, Cristina assinava os papéis referentes à primeira rodada de investimentos que a empresa receberia. Na segunda-feira seguinte, a mamãe-disruptora já estava trabalhando em home-office. Na outra segunda, ela estava de volta ao escritório, buscando, ainda com os pontos da cesárea, uma nova sede para o Nubank que já crescia em ritmo acelerado.
Cristina Junqueira não se orgulha de não ter se dedicado integralmente à filha logo que nasceu, mas tentou conciliar da melhor forma o negócio da sua vida com a magia da maternidade. Passado o turbilhão, tomou a decisão de não contar com a ajuda de uma babá. Assim, ela se obriga a ter horário certo para sair do escritório. Quer marcar um compromisso de negócios com a Cristina? Que seja entre 8h30 e 17h00, período em que a Alice está na escola. Depois desse horário, ela estará dando banho, jantar e contando histórias para a pequena dormir.
Bom, depois que Alice adormece, é frequente ter que se conectar novamente para responder emails ou solicitações profissionais que ficaram pendentes ao longo do dia. Mas, Cristina se sente realizada assim.
Ela conversou simpaticamente com o MCP em meio a suas férias na Europa (enquanto Alice dormia). Já era quase 1h da madrugada, no fuso de Paris, quando Cristina relembrou sua trajetória em ambientes predominantemente masculinos desde a faculdade de engenharia de produção e deu um conselho às mulheres: "seria irresponsável de minha parte dizer que não existe diferença de oportunidades profissionais entre homens e mulheres. Mas, a minha filosofia sempre foi a seguinte: não dá pra esperar o mundo mudar para buscar um lugar no topo. Se é isso que você quer (e se não for, tudo bem), então tente ser melhor que os homens à sua volta. Estude mais e trabalhe mais duro do que eles".
São exemplos de mulheres que, sim, se sacrificam mas chegam ao topo que o mundo vai mudando, dia após dia, geração após geração. Que nossas filhas vivam num mundo mais igual.
Outros textos de Patricia Travassos
Acesse nosso site: www.maecomprosa.com.br