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Filhos populares, você ainda vai querer ter um (ou 2)

24 mai 2018 - 11h16
(atualizado em 19/7/2018 às 06h20)
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Foto: Mãe com Prosa

Com a temperatura siberiana de São Paulo, decidi que era hora de renovar os casacos das meninas. Aliás, é o que faço a cada seis meses e vou à falência se o ritmo seguir assim.

Mamãe, compra um na GAP???? Faz tempo que resisto porque não me conformo com o preço de um pedaço de moletom daquela loja e também acho que marcas não têm a menor importância. Sendo assim, sigo sempre para Renner, Riachuelo e C & A.

Só que desta vez cedi e decidi levar duas daquelas blusas de capuz, flaneladas por dentro e estampadas com as 3 letrinhas sensação no mundo infantil e quase  pré-adolescente das minhas filhas.

Finalmente ganhei uma blusa da GAP e agora serei po-pu-lar!

Ouvi a frase de uma das meninas ainda na loja, ela dando aquela dançadinha básica na frente do espelho e eu me recuperando da pequena fortuna gasta por um par de peças. Foram quase 9 anos de espera para carregar o casaco da moda e ser po-pu-lar.

Mas o que é ser popular? Ah, é ter todo mundo por perto, mamãe. É ter um monte de amigos, é todos te acharem bem legal.. Mas quem é popular na escola de vocês? E lá foram elas citando meninas que, além de vestirem roupas incríveis, fazem slimes super bem e ainda pagam chocolate para os amigos.

Opa, peraí. A conversa mudou de rumo.

O papo foi parar no conceito verdadeiro de amizade, nos amigos por interesse e nas minhas amizades que duram 40 anos e que como não foram compradas, sobrevivem a desempregos e crises  matrimoniais.

Mas enquanto eu falava das grandes virtudes da vida e reforçava o discurso de que ser popular não significa ser feliz, me lembrei da sensação que era a de ser aceita, de ser "chegada" das meninas do vôlei (aquelas que usam as joelheiras no tornozelo, por puro charme ), de ter o nome na lista das festas da sala (as mais restritas, apenas para os gente fina) e de me sentir admirada quando entrava na sala com meu casaco da GAP amarrado na cintura.

Quer saber? A gente no fundo quer sim que os filhos sejam queridos, que se sintam parte, que recebam convites para aniversários (fala se você não fica mordida quando sabe que praticamente a sala toda foi convidada menos a sua filha?), que tenham o lanche disputado (amooo), que quando faltam 1 dia na escola, sejam recebidos por mil amigos com abraços apertados de saudade.

Tá, você pode dizer que estou misturando tudo, que ser aceito, ser amado, ser querido e ser popular são coisas bem diferentes. Fora a popularidade nas redes sociais e a escravidão por likes, mas isso é assunto pra muitas outras crônicas reflexivas…

O que digo é que se as minhas filhas forem queridas porque conquistaram isso não só com as roupas que usam, mas com atitudes realmente bacanas, será perfeito!

E olha vou ser bem sincera. Adorei deixar as meninas na escola usando finalmente o casaco que todo mundo tem. Estavam lindas, sorridentes e orgulhosas. Que é que tem?

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Mãe com Prosa
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