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O Brasil perdeu, que bom!

10 jul 2018 - 14h45
(atualizado em 27/9/2018 às 16h25)
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Foto: Mãe com Prosa

Antes que você pense que meu antipatriotismo já cansou a beleza, esclareço. Não comemorei a nossa derrota, sei que muitas crianças choraram de desencanto com a eliminação do Brasil, mas tenho refletido sobre a importância do fracasso.

E faço uma conexão do futebol perdido com o livro que tenho lido recentemente. "Mindset, A Nova Psicologia do Sucesso", de Carol Dweck. A publicação trata basicamente sobre a visão que temos em relação ao nosso potencial  e curiosamente aconselha pais e mães a não lustrarem tanto o ego dos filhos exaltando seus talentos maravilhosos, mas sim dando importância ao esforço realizado.

Fracassar é parte integrante do processo e quando a gente acredita que é brilhante demais, não suporta quando o final não é feliz. Fracassei, não quero mais jogar.

Perdemos e qual é a lição que fica? Poderíamos treinar mais? Mudar a nossa tática? Pedir desculpas? Ou não? Fazer uma autorreflexão e saber que determinação é um segredo valioso para o sucesso? Já li que a nossa seleção é infantilizada demais e que o menino Neymar é blindado quando a situação não é favorável. Fiquei mesmo esperando a declaração do nosso ídolo sobre o que houve e sonhando para que ele, referência para tantas crianças, pudesse ter reconhecido a enorme frustração, mas dito que o jogo segue!

Como proteger os filhos, mas ensinar a eles a encararem perdas? A derrota para a Bélgica foi uma chance rara para mostrar para Elisa e Manu que é duríssimo perder, mas que faz parte do jogo. Que a gente superar os revezes da vida é o segredo para seguir em frente e que nem sempre as coisas vão acontecer conforme planejamos. A melhor amiga pode mudar de cidade, o amigo inseparável pode escolher outro amigo pra ser o mais querido, os pais podem se separar, a família pode não ter dinheiro para a festa de aniversário este ano, aquela viagem pra Disney pode nunca acontecer, a prova pode ter sido muito mais difícil do que o imaginado e aquele tombo pode ter doído demais.

Mas o joelho ralado já faz casquinha no dia seguinte, novos amigos entram para a sala, a prova  parece mais fácil porque houve mais preparo, os pais não estão juntos, mas são felizes…

Superar, aprender, refletir, valorizar a conquista, saborear as pequenas vitórias, agradecer, levantar e cair de novo. Pra mim,  futebol na Copa do Mundo é só um detalhe.

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