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Quando eu virei bicho…ou melhor, mãe.

31 jan 2018 - 12h41
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Foto: Mãe com Prosa

Desde os livros de biologia, eu não encarava a afirmação mais primária da existência humana: #SomosTodosAnimais. Ok, isso foi na era pré-hashtags. E do mesmo jeito que aprendi, guardei a informação lá no arquivo morto da minha memória, como se tal verdade não me dissesse respeito. Afinal, sempre me achei tão racional, equilibrada e, digamos, superior! Animal…humpf!

Anos mais tarde (e foram muitos os que se passaram do primário até eu decidir ser mãe), um médico me repetiu a tal máxima. "É, querida, somos animais. E, para reproduzir, é preciso respeitar o tempo da natureza. Aos 38, seu óvulo está velho!" Retruquei dizendo: "Imagine…olhe para mim, Doutor! Não pareço uma menina?" E ele respondeu: "Infelizmente, nossas mãos, pescoço e óvulos não escondem a idade que temos". Deixei o consultório certa de que tinha perdido "o bonde da maternidade". Teria que me conformar e esperar a próxima existência.

Mas, eis que aos 40, fui premiada com uma gravidez muito desejada. E pensei: "aquele médico estava coberto de razão. Somos animais da natureza e, como tais, não seguimos regras e sim, nosso faro. Temos garra, força e vontade de sobreviver.

Bom, nessa época, ainda não conhecia o descontrole e a irracionalidade que nascem junto com os filhos. Nasceu Isabela e, com ela, meu mais primitivo instinto animal. Aquele que nos torna capazes de matar ou morrer pela cria. Desde então, perdi a cabeça duas vezes, admito!

Uma delas, foi em público, num parque. Avancei fisicamente sobre um homem que praguejou contra minha filha depois de eu pedir educadamente que não permitisse ao seu cachorro fazer cocô na areia das crianças.

Foi uma centelha de segundo que separou a minha mão do sujeito. Um instante de lucidez nada típico dos animais, mas digno de uma mãe que o tempo todo evita perder a razão. Que contradição animal! Haja coração!

E você, já perdeu a cabeça ao tentar proteger seus filhos? Conte a sua história pra gente. Não queremos valorizar a violência, de forma nenhuma. Mas compartilhar experiências que mostrem que não estamos ficando loucas, agindo feito animais! Na era das hashtags, a campanha é: #MexeuComMeuFilho,MexeuComigo!

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Mãe com Prosa
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