Mulheres Positivas: Bia Figueiredo, a 1ª mulher da Indy
A piloto Bia Figueiredo corre desde os 6 anos de idade. Quebrou barreiras no universo do esporte ao longo dos últimos 27 anos. Foi a primeira brasileira a correr pela Fórmula Indy e as 500 Milhas de Indianápolis e, aos 33 anos, é a única brasileira na disputa das temporadas da Stock Car e do IMSA (campeonato automobilismo de resistência) nos Estados Unidos. Além das pistas, Bia também se envolve em outras questões para incentivar outras mulheres a conquistarem o seu espaço no mercado de trabalho por meio de palestras e investimentos em negócios voltados ao universo feminino.
Como começou a sua carreira?
O amor pela velocidade começou em 1980, quando Ayrton Senna estava no auge. Naquela época, eu queria brincar de carrinho e andar no banco do motorista do carro do meu pai. Ele decidiu me levar para ver algumas coisas de carros quando eu completei cinco anos. Eu enlouqueci. Fiquei no pé dos meus pais até eles me colocarem na escolinha de kart, aos 8 anos. Desde então, não sai mais das pistas. Menos de um ano depois, já participava de corridas e venci diversos campeonatos.
2. Como é formatado o modelo de negócios da Lady Driver?
Este ano, me tornei investidora e embaixadora da startup Lady Driver – plataforma de locomoção exclusiva para mulheres – considerado o maior app de mobilidade feminino do mundo, segundo a revista Forbes. O fato de valorizar as mulheres no volante foi o que me atraiu para o Lady Driver, porque é mais que um negócio, é um propósito. São motoristas que conseguiram sua independência financeira pela plataforma e pra mim isso é super emocionante. Só na cidade de São Paulo, já são 35 mil motoristas e mais de 600 mil downloads de passageiras.
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira?
Tiveram muitos momentos difíceis. Automobilismo é um esporte muito caro e precisei de muito esforço – junta a outras pessoas que me ajudaram na carreira – para conseguir patrocínio e continuar correndo.
Já as situações de machismo e preconceito sempre aconteceram dentro e fora das pistas, mas procuro focar minha energia no que realmente importa: trabalhar, quebrar barreiras e vencer. Antigamente, era mais duro ser mulher no automobilismo. Principalmente no kart, onde existia muita rivalidade com os meninos, mas não me abalava. E também tinha a parte familiar que me sempre me apoiou muito. No geral, vejo uma melhora no comportamento e, hoje, sou mais respeitada pelos meus anos de carreira.
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/ empreendedora?
Eu amo trabalhar! Amo correr, amo fazer a Lady Driver crescer. Meu marido fala que ficarei insuportável, se ficar em casa um dia. Estou casada há três anos e nos damos muito bem. O Fábio me apoia demais. Confesso que, quando não estou correndo, deixo ele escolher a maioria dos programas de final de semanas. Sorte a minha que gostamos das mesmas atividades.
5. Qual o seu maior sonho?
Tenho muitos. Nesse momento, meu maior sonho é deixar um legado para mulheres no automobilismo, abrindo portas para que tenham sucesso em ramos associados a carros e corridas. As corridas são mais justas hoje em dia, claro, mas o espaço para as mulheres ainda é limitado. O que eu gostaria é mais mulheres participassem. Tive muita ajuda na minha carreira e quero passar isso pra frente. Hoje, por exemplo, sou mentora da Antonella Bassani, de 12 anos, que está no kart. Atualmente também sou embaixadora de um grupo chamado “Karteiras”, formado por pilotos amadoras da categoria. Quero ajudar, incentivar mais mulheres que estão vindo por aí.
6. Qual a sua maior conquista?
Ter chegado ao topo do automobilismo mundial (Formula Indy), mesmo vindo de uma família sem tradição e recursos para isso.
7. Livro, filme e mulher que admira
Livro: 'Faça Acontecer' da CMO do Facebook, a Sheryl Sandberg.
Filme: Vou puxar sardinha para o meu ídolo, então escolho o documentário sobre o Senna.
Mulher: Minha mãe. Determinada, melhor dentista, que cuida de tudo e de todos. Maior coração do mundo e sempre me apoiou nos meus sonhos.