Script = https://s1.trrsf.com/update-1744920311/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

"Quantidade de beijos não é termômetro do amor", diz psicóloga

13 abr 2009 - 14h21
(atualizado às 18h25)
Compartilhar

Patricia Zwipp

Para as mulheres, o beijo é fundamental no relacionamento
Para as mulheres, o beijo é fundamental no relacionamento
Foto: Getty Images



O beijo pode ser seco ou molhado, apaixonado ou sem compromisso, fraterno ou com desejo, barulhento ou sem ruído, de cumprimento ou despedida, no rosto ou na boca. Qualquer que seja o tipo, faz parte da vida das pessoas e merece ser lembrado. Não se sabe o motivo, mas o dia 13 de abril foi eleito como o Dia do Beijo.



» Chat: tecle sobre o assunto

De acordo com a antropóloga americana Helen Fisher, da Rutgers University, o gesto está presente em mais de 90% das culturas. "Na cultura ocidental, é considerado prova de amor. Pode despertar paixões ou provocar o desencanto, mas ninguém ainda sabe explicar exatamente por que isso acontece", diz a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, autora de O Livro de Ouro do Sexo.

Regina, no entanto, alerta que a quantidade de beijo não é um termômetro do amor. "Quando o casal não se beija mais não significa que acabou o amor, mas que o tesão diminuiu. Os beijos ardorosos acontecem no início, quando as pessoas estão se apaixonando. Mas as mulheres cobram muito mais que os homens a presença de beijos no relacionamento."

História
Afinal, quem é o inventor de tal façanha, que não deixa de marcar os relacionamentos? Ninguém sabe ou viu. Há relatos milenares sobre o assunto, como na Índia, Grécia e Roma. Na Roma Antiga, por exemplo, existiam três tipos de beijo: o basium, dado entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, reservado aos amantes.

Uma possibilidade considerada é a de que os soldados de Alexandre, o Grande (rei da Macedônia que viveu de 356 a 323 a.C) tenham sido um dos primeiros grandes difusores da prática. Teriam aprendido essa deliciosa arte quando dominaram parte da Índia e não pensaram duas vezes antes de espalhá-la por onde passaram. Enquanto alguns desfrutavam do hábito, outros povos não o apreciavam. As civilizações pré-colombinanas, por exemplo, acreditavam que a alma poderia sair pela boca e o beijo poderia arrancá-la da outra pessoa.

Já os índios teriam conhecido o gesto apenas após as colonizações europeias. O ato nem sempre significa carinho. Os gregos beijavam para selar acordos. O traidor Judas, por sua vez, identificou Jesus aos seus perseguidores por meio de um beijo. De qualquer forma, esse gesto atravessou gerações e não deixa de conquistar adeptos. Mas você sabe quais são os benefícios que o beijo na boca traz para o corpo, as doenças que pode transmitir e como evitar o mau hálito? E que, mesmo se não for apaixonado, pode até combater o estresse? Confira abaixo essas e outras curiosidades e, depois, aproveite para beijar muito.

1 - Hálito
É comum que as pessoas ingiram bebidas alcoólicas para ficarem mais desinibidas na hora de paquerar alguém e conseguir dar um beijo daqueles. Mas a estratégia está longe de ser eficaz quando o quesito avaliado é o hálito. Isso porque o álcool é um dos responsáveis pela halitose (mau hálito).

Outros produtos também são considerados vilões do beijo. "Queijo, cebola, tabagismo, medicamentos antidepressivos e anti-hipertensivos", lista a cirurgiã-dentista Liliana Pimenta de Barros, especialista em estomatologia e patologia bucal e consultora da Associação Brasileira de Odontologia. No entanto, a especialista alerta que 85% do mau hálito é causado por problemas bucais. "Se a pessoa tem cáries, próteses mal higienizadas ou língua esbranquiçada com resto alimentar e celular, o ar passa pela boca e exala o cheiro desagradável. Além disso, algumas doenças também dão halitose, como hepatite e cirrose. "

A solução é escovar bem os dentes e visitar regularmente o dentista e o médico. Uma boa dica é beber bastante água. "Aumenta a produção de saliva, que promove a limpeza da boca", conta Liliana. E quando for mostrar seus dotes de beijoqueiro, risque da lista os alimentos que causam a temida halitose. Também não custa levar uma bala ou chiclete no bolso para casos de emergência, certo?

2 - 30 tipos de beijo
Com o hálito em dia, nada melhor do que colocar o beijo em prática. O Kama Sutra aponta 30 tipos para se testar. Entre eles está o conhecido beijo de lado, dado quando as cabeças dos apaixonados se inclinam em direções opostas, o que permite uma penetração profunda da língua e melhor contato dos lábios. Para dar o beijo com um dedo, por exemplo, basta percorrer a boca do parceiro, por dentro e por fora, com ele.

Apesar de costumar ser rotulado como um guia de posições sexuais, o clássico do erotismo indiano também fala da importância do toque dos lábios. "O primeiro ensinamento do guia indiano é a intimidade entre corpos, a invasão de um pelo outro. O beijo, carícia inicial básica do sexo, é descrito como a luta das línguas, isto é, estabelece a intensidade dos passos seguintes do ato sexual", conta a sexóloga Regina Navarro Lins.

O manual, que tem origem em manuscritos datados do século IV a.C. e compilados pelo sábio hindu Vatsyayana, lembra que não é só a boca que deve receber o carinho. Explore também as bochechas, a testa, os olhos, o peitoral, os seios, a nuca, o pescoço.

3 - Beijar faz bem à saúde
Pesquisas afirmam que o beijo estimula o cérebro a liberar endorfina, criando uma sensação de bem-estar. Quanto mais excitante e apaixonado, maiores são os benefícios para a saúde, garante a principal agência de terapia sexual britânica, Relate. Aliás, a instituição recomenda a técnica até como forma de combater a depressão.

A neurocientista americana Wendy Hill, por sua vez, conduziu um estudo que comprova que o beijo é um verdadeiro remédio para o estresse. O resultado foi apresentado em fevereiro deste ano, na conferência anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência, em Chicago, Estados Unidos. Wendy analisou o comportamento de 15 casais, divididos em dois grupos. Metade dos voluntários deveria se beijar, enquanto a outra não podia desfrutar da carícia. Depois disso, amostras de sangue e de saliva dos participantes foram analisadas.

O nível de cortisol, relacionado ao estresse, despencou consideravelmente no grupo de beijoqueiros. Já o de oxitocina, hormônio relacionado ao prazer, aumentou nos homens e se manteve estável ou caiu nas mulheres. O curioso é que as moças que tomavam anticoncepcionais orais apresentaram mudanças hormonais parecidas com as dos rapazes.

Beijar também é um exercício. Movimenta 29 músculos, sendo 17 só da língua. Como toda atividade física, queima calorias. A quantidade só depende de você, que determina as séries e as repetições. Venhamos e convenhamos, beijar é bem melhor do que correr na esteira.

4 ¿ Doença do beijo
Como tudo que é bom, o beijo também tem o seu lado negativo. Pode transmitir algumas doenças pela saliva. Mas que fique bem claro que isso não significa que o carinho deve ser evitado. "Não é porque entra em contato com os micro-organismos que a pessoa necessariamente vá desenvolver as patologias. Para prevenir, o ideal é conhecer o parceiro e não beijá-lo enquanto estiver com algum dos problemas transmissíveis", explica a cirurgiã-dentista Liliana Pimenta de Barros.

Uma das enfermidades mais comuns é a mononucleose infecciosa, conhecida como doença do beijo. "É causada pelo vírus Epstein-Barr e tem sintomas parecidos com os da gripe, como febre alta, dor de cabeça, ínguas no pescoço ou axilas, mal-estar e fadiga. O problema é que causa aumento do baço, o que normalmente volta ao normal, mas, em casos graves, pode até rompê-lo."

Os sinais da doença do beijo costumam aparecer entre 30 a 50 dias após o contato com a saliva infectada. Não há remédios para combater a mononucleose infecciosa, apenas para amenizar os sintomas. Não hesite em procurar um médico. O herpes também pode ser passado durante o contato com os lábios. "É caracterizado por bolinhas na boca que surgem quando o portador fica com a imunidade baixa. O vírus é transmissível quando a pessoa começa a manifestar o problema ou quando está com as bolinhas".

A lista de doenças também conta com tuberculose, rubéola, caxumba, que são menos comuns. Aliás, durante o beijo, os micro-organismos causadores da cárie podem ser transferidos para a boca do parceiro. Mas ela só se desenvolve por uma combinação de fatores. "Depende dos sulcos do dente, da dieta da pessoa e da sua higienização. Agora, se uma mãe beija o bebê, por exemplo, é mais provável que ele desenvolva, porque os pequenos ainda estão formando o sistema imunológico". Vale lembrar que, segundo a Associação Brasileira de Odontologia, cerca de dois bilhões de bactérias habitam uma única gota de saliva.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Receba previsões diárias e fique por dentro do mundo astrológico através do nosso WhatsApp
Inscreva-se
Publicidade
Seu Terra