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Uso de “coleira para criança” divide pais e especialistas

20 mar 2013 - 07h09
(atualizado às 07h09)
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Em shoppings, supermercados ou parques de diversão, alguns minutos de distração dos pais são tudo o que as crianças precisam para sumir do campo de visão deles. Para evitar a angustiante situação de perder os filhos de vista, foi criada a mochila-guia, chamada por alguns de “coleira para crianças”.

A mochila-guia não oferece grandes riscos à saúde da criança
A mochila-guia não oferece grandes riscos à saúde da criança
Foto: Shutterstock

Bastante utilizada nos Estados Unidos e na Europa, a novidade vem chegando aos poucos no Brasil e causando estranheza em algumas pessoas. “A primeira vez que vi fiquei meio chocada porque dá uma impressão de que é um controle, de que a mãe fica vigiando”, diz a psicopedagoga e mestre em Psicologia do Desenvolvimento Humano, Ensino e Aprendizagem Maria Teresa Andion.

Segurança e controle

De fato, a semelhança e a comparação com coleiras usadas em cachorros são inevitáveis. A função é parecida: a mochila-guia impede que a criança saia de perto dos pais sem permissão e se exponha a algum tipo de risco, como atravessar uma rua movimentada.

Apesar do benefício proposto, o produto não tem 100% de aceitação. “Acho drástico, um item de segurança que inferioriza. Acho que existem outros meios, como o carrinho de supermercado com cadeirinha, por exemplo. A criança não se sente tão inferiorizada porque, dessa forma, ela está brincando.” explica Maria Teresa.

Sem riscos à saúde

Apesar de ainda não ter muitos adeptos no Brasil, as mochilas-guias não oferecem grandes riscos à saúde da criança, como explica Miriam Ribeiro de F. Silveira, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo. “É só tomar cuidado, não colocar um objeto pesado dentro da mochila, não deixar a criança sozinha. Se ela começar a brincar e se enroscar nas tiras, tem que supervisionar”, exemplifica.

Apesar de ser um item polêmico, algumas pessoas veem utilizando e aprovando a mochila-guia. “As pessoas que não concordam falam ‘está tratando como se fosse um cachorrinho’, mas não é assim, nada é totalmente bom ou ruim”, comenta Miriam. A mochila-guia é recomendada em situações específicas, como quando a mãe tem mais de um filho e precisa controlar os pequenos em espaços grandes e públicos. “O ideal é que as crianças sejam conduzidas pela mão, mas existem situações, como no shopping, quando a criança não tem a paciência necessária pra aguardar a mãe olhar um livro, comprar um presente. Na verdade, quando se sai com a criança, o melhor é que o passeio seja direcionado para ela, em lugares como um parquinho” comenta Miriam.

Nenhum acessório de segurança substitui a conversa com os pequenos. Mesmo quando a mochila-guia é utilizada, os pais devem explicar à criança que o objetivo é que ela não se afaste deles. Disciplinar a criança vai além dessas fugas. “Com a mochila, a mãe está dando um limite espacial. Temos que pensar no limite geral da criança, nos hábitos, em acordar e ir para a escola, tudo deve ser feito para obedecer aos pais” comenta Maria Teresa. O uso da mochila-guia ajuda as mães a controlar até onde vão os filhos, mas o ideal é sempre o contato físico e a conversa.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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