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Sem dinheiro, 31% dos brasileiros não darão presente nenhum no Natal

Apenas 51% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, revela pesquisa

18 dez 2024 - 06h00
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Resumo
Pesquisa revela que 51% dos brasileiros planejam comprar presentes no Natal 2024, indicando desafios econômicos. A preferência por presentes tangíveis, como roupas e perfumes, aumentou em relação à saúde, e a maior parcela dos entrevistados planeja gastar entre R$250 e R$500.
Foto: Freepik

O Natal 2024 reflete as mudanças no comportamento e nas prioridades dos brasileiros. De acordo com a pesquisa inédita da Hibou,empresa especializada em monitoramento e insights de consumo, realizada com mais de 1200 brasileiros, apenas 51% dos entrevistados planejam comprar presentes neste ano, um indicativo dos desafios econômicos enfrentados por muitas famílias. Paralelamente, o levantamento revelou que 14% dos brasileiros passarão a data sozinhos, um aumento de 3 p.p. em relação a 2023. Apesar disso, 40% ainda enxergam o Natal como uma oportunidade de renovar a esperança para o futuro.

“Estamos acompanhando um movimento que combina adaptação e resiliência. O aumento no número de pessoas que passarão o Natal sozinhas e a menor intenção de presentear refletem tanto restrições financeiras quanto mudanças emocionais. Mesmo assim, o brasileiro mantém a essência do Natal, como um momento de esperança e significado,” analisa Ligia Mello, CSO da Hibou e coordenadora da pesquisa.

Cortes nos presentes e mudanças nas listas

Com a intenção de presentear menor em relação a anos anteriores, o orçamento se destaca como um fator decisivo: Dos 51% que pretendem comprar presentes, 28% planejam gastar entre R$250 e R$500, já 20% entre R$150 e R$250, enquanto outros 20% pretendem investir entre R$500 e R$1000. Uma pequena parcela de 12% apenas pretende gastar mais de R$1000. 

Mesmo para quem dará presentes, o perfil dos agraciados mudou. Os filhos ganharam prioridade, subindo 4 p.p. (54%), enquanto os pais (47%) e cônjuges (48%) tiveram quedas expressivas, de 15 p.p. e 7 p.p., respectivamente. A escolha reflete um foco maior na próxima geração e em quem está mais próximo no núcleo familiar.

Entre os 31% que não comprarão presentes este ano, os principais motivos são a falta de dinheiro (32%), endividamento (14%), economia (18%) e não se sentir em clima de natal (12%).

Saúde sai do topo: roupas e perfumes dominam os desejos

Se em 2023 a saúde foi o presente mais desejado pelos brasileiros, em 2024, o desejo por itens tangíveis voltou com força: Roupas (22%) e perfumes (10%) lideram a lista de presentes mais esperados, seguidos por eletrônicos (11%). Viagens ficam com 7% do desejo.

A saúde que era um desejo para 32% em 2023 caiu para 9%, indicando um deslocamento das prioridades emocionais para necessidades práticas e materiais.

Ranking das compras de natal

Para os 51% que irão presentear, itens utilitários ganham força total na lista de compras. 64% vão investir em vestuário e acessórios; 35% em perfumes e cosméticos; 34% em brinquedos; 22% calçados e 13% livros.

As compras também mostram tendências consolidadas. 56% optarão por fazer compras online, enquanto as aquisições em shoppings (49%) caíram 9 p.p., reforçando a confiança no e-commerce e na logística de entrega. Ao mesmo tempo, 43% preferem ainda lojas de rua.

Solidão e esperança coexistem

O crescimento no número de pessoas que passarão o Natal sozinhas, que atingiu 14%, reflete uma realidade complexa, com aumento de 3 p.p. em relação ao ano passado. Houve também, fortalecimento do sentimento de esperança: 40% dos brasileiros enxergam o Natal como um momento de renovação, enquanto 47% consideram a data uma oportunidade para reunir a família.

Esse cenário revela uma dualidade: enquanto alguns enfrentam a introspecção e a solidão, outros encontram na data uma chance de reconexão e otimismo.

Tradições natalinas resistem às mudanças

Na mesa, os clássicos seguem como protagonistas: peru (18%), chester (11%) e pernil (9%) continuam entre os pratos mais apreciados. A ceia em família permanece como uma das marcas do Natal brasileiro, sendo a escolha de 27% dos entrevistados.

Consumo com pé no freio

O comportamento do consumidor reflete a busca por equilíbrio financeiro: 44% financiarão os gastos de Natal com o salário do mês, já 2 em cada 10 brasileiros usarão a segunda parcela do 13º, outros 10% vão utilizar a primeira parcela do 13º,  enquanto 7% contarão com rendimentos extras ou bicos. Para muitos, a Black Friday foi uma oportunidade estratégica, com 33% tendo comprado presentes durante as promoções.

“A pesquisa nos revela o quanto o Natal se ajusta às condições sociais e econômicas. Mesmo em meio a restrições e mudanças de comportamento, o brasileiro ainda valoriza a data como um momento de renovação e conexão. É um reflexo da nossa capacidade de adaptação e do valor emocional que o Natal carrega,” conclui Ligia Mello.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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