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O que causa a agressividade nos cães?

Apesar de haver uma predisposição genética, esse não é um fator determinante para comportamentos violentos Você já deve ter visto notícias ou se deparado com situações em que o comportamento dos cães sai do controle e eles acabam por atacar alguém - seja o tutor ou outra pessoa - ou então algum outro cachorro. Mas […]

3 out 2024 - 13h31
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Apesar de haver uma predisposição genética, esse não é um fator determinante para comportamentos violentos

Você já deve ter visto notícias ou se deparado com situações em que o comportamento dos cães sai do controle e eles acabam por atacar alguém - seja o tutor ou outra pessoa - ou então algum outro cachorro. Mas ao contrário do que muitos pensam, a agressividade dos animais não está diretamente ligada ao tamanho ou raça. E sim, ao contexto social e cultural de sua criação.

Apesar de haver uma predisposição genética, a agressividade não é um fator determinante para comportamentos violentos
Apesar de haver uma predisposição genética, a agressividade não é um fator determinante para comportamentos violentos
Foto: Revista Malu

Interpretação relativa

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia (IP) da USP mostrou que cachorros que brincavam e passavam mais tempo com seus tutores, por exemplo, assim como aqueles com maior peso, apresentavam menos chance de serem agressivos com estranhos. A análise, que foi feita através de um questionário on-line respondido por 665 tutores, teve como conclusão mais importante, que é preciso "interpretar os dados e entender que o comportamento não é algo já predefinido, mas que emergiu ao longo do desenvolvimento a partir das características dos cachorros e das pessoas que interagem com eles", segundo Briseida Dogo de Resende, professora do IP e também autora do artigo.

As causas da agressividade são diversas

A agressividade pode ser uma resposta normal e adaptativa em alguns contextos. Isso significa que qualquer cachorro pode potencialmente apresentar agressividade. "Pode ter inúmeras causas, sendo as mais comuns causas clínicas, como a dor ou alterações hormonais. Além disso, também pode ser causada por medo, estresse e dificuldade do cão em lidar com situações adversas", explica Marina Meireles, veterinária comportamentalista do Nouvet, centro veterinário de São Paulo.

Como perceber

Ainda segundo a profissional, o comportamento agressivo abrange uma ampla variedade de comportamentos, desde posturas corporais sutis e expressões faciais até ameaças e ataques explosivos. "Um comportamento agressivo ou reativo raramente surge "do nada". É importante notar sinais sutis de medo ou ansiedade. Como uma postura corporal defensiva, lamber os lábios, desviar o olhar ou mesmo ficar "paralisado", sinais que podem indicar que o cão está desconfortável com

aquela situação."

Mariana orienta ainda que, nesses casos, o tutor deve tentar tirar o animal da situação, para não intensificar o desconforto e evitar que aquele cão sinta que "tem" que usar da agressividade para se defender.

Raça x agressividade

Apesar de não ser fator determinante, Mariana afirma que há, sim, uma propensão a comportamentos agressivos que podem ser predispostos pela genética, ou seja, pela raça do cão. "Assim, algumas raças podem (acidentalmente ou não) acabar selecionando indivíduos mais propensos a demonstrar agressividade", esclarece.

Apesar disso, o que mais influencia essa conduta violenta é o ambiente e o modelo de socialização desde os primeiros dias, entre quatro e dezesseis semanas de vida. "É importante evitar experiências traumáticas nesse período e garantir que ele tenha contato com estímulos externos, para que se habitue e aprenda a lidar adequadamente com situações rotineiras, como pessoas, outros cães, outros animais e sons altos", orienta a profissional.

E tem tratamento para agressividade?

Para lidar com um cachorro que apresenta comportamento agressivo ou reativo, Mariana recomenda que o primeiro passo é levá-lo ao atendimento veterinário e realizar um check up clínico, a fim de identificar se há alguma alteração física que esteja predispondo comportamentos agressivos. "Se possível, um médico-veterinário comportamentalista deve ser procurado. Pois este profissional é capaz de relacionar alterações clínicas e alterações comportamentais. Além de analisar a rotina do cão e da família, de modo a compreender melhor a situação e criar uma abordagem mais assertiva", acrescenta.

O profissional deve decidir

Aqui está o texto reescrito sem voz passiva:

De acordo com a veterinária, o ideal é evitar situações estressantes até que o cão esteja pronto para lidar com elas. O tutor pode realizar treinos ou até utilizar psicoativos, quando necessário. "Se a situação for inevitável, é possível adotar diversas abordagens para reduzir o medo e o estresse." Como o uso de feromônios apaziguadores, bloqueios visuais e auditivos a fim de reduzir a percepção do ambiente, uso de manejo de baixo estresse, etc".

"Qualquer comportamento agressivo deve idealmente ser averiguado por um veterinário comportamentalista, visto que a agressividade pode se tornar mais intensa e a situação mais perigosa."

Use coleira!

É essencial reforçar a importância de sempre manter os cães na coleira quando estiver fora de casa. As leis sobre coleiras e equipamentos de passeio variam de acordo com a região do país. Porém, para a segurança do seu pet, de outros animais e das pessoas que estiverem ao redor, sempre use!

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